Se o desperdício alimentar fosse um país, estaria entre os 7% mais ricos
Estudo revela que "um terço dos alimentos do mundo é perdido ou desperdiçado todos os anos".
© Reuters
Economia Desperdício alimentar
Se o desperdício alimentar fosse um país, estaria no topo dos 7% mais ricos do mundo, de acordo com o estudo 'Closing the Food Waste Gap', da Boston Consulting Group (BCG), divulgado esta segunda-feira. A análise estima que se percam 1,5 biliões de dólares (cerca de 1,5 biliões de euros) em alimentos desperdiçados em 2030.
"Isto significa que, se o desperdício alimentar fosse um país, estaria no topo dos 7% mais ricos pelo seu PIB e seria o terceiro maior emissor de gases de efeito de estufa", pode ler-se num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Ora, em termos de desperdício alimentar por agregado familiar, a média global situa-se em cerca de 75kg por ano, revela o mesmo estudo.
"Estima-se que um terço dos alimentos do mundo é perdido ou desperdiçado todos os anos. Nos países de rendimentos baixos a médios, o problema trata-se sobretudo da perda alimentar, uma vez que os alimentos não chegam a sair das fases de produção e de transporte. No entanto, o problema do desperdício ocorre sobretudo entre retalhistas e consumidores e, por isso, é mais premente em países em que o rendimento é mais elevado", pode ler-se no mesmo comunicado.
Para ajudar a explicar a perda e o desperdício ao longo da cadeia de valor, a BCG dá o seguinte exemplo: "Começando com um total de 10 milhões de maçãs, 13% serão perdidas na fase de produção e 6% perdidas em armazém, no manuseamento e no transporte, o que significa que, apenas nas duas primeiras fases da cadeia, se perdem cerca de 2 milhões de maçãs. Acresce que 1% será ainda perdido na fase de processamento e embalamento, 6% no processo de distribuição e retalho, e 8% será desperdiçado pelos consumidores finais".
Segundo o estudo, estes dados "significam que cerca de um terço das maçãs iniciais será perdida ou desperdiçada, o que, neste caso, equivaleria a 3,4 milhões de maçãs que se perdem entre o local de cultivo e a mesa dos consumidores".
"O primeiro passo para encontrar soluções para resíduos alimentares é compreender exatamente como e onde estes ocorrem. A resposta é complexa, dependendo da região, do tipo de alimentos, entre muitos outros fatores", diz José Ferreira, managing partner da BCG em Portugal, citado no mesmo comunicado.
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