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Nobel da Economia? " É natural que este tipo de tema mereça mais atenção"

O professor associado da Nova SBE Fernando Anjos considera "natural" a atribuição do Prémio Nobel da Economia a Ben Bernanke, Douglas W. Diamond e Philip H. Dybvig, numa altura em que "paira o espetro de uma nova crise financeira".

Nobel da Economia? " É natural que este tipo de tema mereça mais atenção"
Notícias ao Minuto

16:26 - 10/10/22 por Lusa

Economia Nobel

"Acho que nesta fase do campeonato, onde falamos tanto de riscos sistémicos e em que paira o espetro da ameaça de uma possível nova crise financeira, é natural que este tipo de tema [da banca e da crise financeira] mereça mais atenção do que, se calhar, outros".

Notando que, "hoje em dia, é um bocadinho mais difícil fazer prognósticos [sobre o possível vencedor do Nobel da Economia], porque aqueles prémios Nobel mais óbvios já foram atribuídos", Fernando Anjos afirma que existe "um nível de qualidade excelente de economistas que têm, todos, uma chance relativamente alta de receber o prémio".

No caso do Nobel da Economia deste ano -- que a Real Academia Sueca das Ciências anunciou hoje ter sido atribuído a Ben Bernanke, Douglas W. Diamond e Philip H. Dybvig pela investigação sobre "bancos e crises financeiras" -- o professor da Nova SBE considera que se justifica, dados os "trabalhos muito importantes" desenvolvidos pelos três autores nesta área.

Os três norte-americanos laureados com o Prémio Nobel deste ano estão na origem da investigação sobre bancos no início dos anos 80.

"As suas análises têm sido de grande importância prática para regular os mercados financeiros e fazer frente às crises financeiras", referiu a instituição sueca, segundo a qual os premiados "melhoraram significativamente a compreensão do papel dos bancos na economia, particularmente durante as crises financeiras, bem como a forma de regular os mercados financeiros".

Ben Bernanke foi presidente da Reserva Federal dos EUA (Fed) entre 2006 e 2014, tendo analisado, em particular, "a Grande Depressão da década de 1930, a pior crise económica da história moderna" e mostrado como os bancos eram "um fator decisivo para que a crise se tornasse tão profunda e prolongada".

Além disso, a sua análise mostrou que fatores foram importantes para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) e descobriu que "os fatores que estavam diretamente relacionados com os bancos falidos foram responsáveis pela maior parte da recessão" que continuou depois.

Diamond e Dybvig receberam o prémio porque "desenvolveram modelos teóricos que explicam porque existem bancos, como o seu papel na sociedade os torna vulneráveis aos rumores do seu iminente colapso, e como a sociedade pode diminuir esta vulnerabilidade".

Ambos apresentaram uma solução para a vulnerabilidade bancária, sob a forma de seguro de depósitos do Governo.

O prémio é o último Prémio Nobel a ser anunciado, após o anúncio dos vencedores nas categorias de Medicina, Física, Química, Literatura e Paz, e será entregue, tal como os outros, no dia 10 de dezembro.

Leia Também: Já são conhecidos os vencedores do Prémio Nobel da Economia

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