Dois em cada 10 empresários experienciam fraudes e conduta imprópria
Mais de um quinto (21%) dos empresários e gestores inquiridos no âmbito de um estudo da consultora Deloitte realizado em Portugal afirmam ter experienciado situações de fraude ou conduta imprópria nos últimos dois anos na sua empresa.
© Shutterstock
Economia Deloitte
Os dados constam do estudo "Corruption & Fraud Survey Portugal 2022", realizado entre 23 de junho e 13 de julho, tendo por base 190 respostas de empresários e gestores, mais de metade dos quais (58%) de grandes empresas.
De acordo com o documento, o desvio de fundos e apropriação indevida de ativos são as principais tipologias de situações ocorridas, com 26% das respostas, seguindo-se os crimes cibernéticos e fraudes tecnológicas (22%), a deturpação de informações financeira (15%), fraudes em processos de 'procurement' (9%), suborno e corrupção (9%).
Mais de metade (53%) dos inquiridos não conseguiu, no entanto, quantificar a percentagem de receita perdida pela empresa, no último ano, como resultado de casos de fraude e corrupção, embora 15% tenham dito que a empresa perdeu receita devido a estas situações.
O estudo demonstra ainda que 44% das empresas inquiridas consideram que o número de ocorrências de fraude no panorama empresarial aumentou em Portugal, com 33% dos inquiridos a considerarem a existência de um aumento ligeiro e 11% de um aumento significativo.
Relativamente a mecanismos de prevenção e identificação de eventos de fraude, 87% dos inquiridos afirmam que existem mecanismos internos para o efeito, sendo as políticas e procedimentos antifraude os mais referidos como estando instituídos.
Quando questionados sobre qual o principal motivo para a ocorrência de fraude nas empresas portuguesas, 46% dos empresários consideram que os sistemas de controlo são insuficientes, enquanto 38% referem a falta de valores éticos.
Quanto à corrupção, 33% dos empresários inquiridos dizem não ter uma estrutura interna devidamente definida para a prevenção da corrupção e de infrações conexas, "um aspeto relevante considerando a entrada em vigor em junho de 2022 do Regime Geral da Prevenção da Corrupção", realça a Deloitte.
Os principais riscos de corrupção identificados pelos inquiridos são a existência de conflitos de interesses não divulgados (36%) e o recebimento indevido de vantagem (19%).
Em matéria de prevenção da corrupção, 67% dos inquiridos afirmam apresentar uma estrutura interna devidamente definida, sendo o código de conduta/código de ética (64%), a política anticorrupção (52%) e o canal de 'whistleblowing' (canal de denúncias) (48%), os procedimentos implementados mais representados.
Leia Também: Marcelo recebeu carta com uma bala. "Não dou grande importância"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com