Crédito à habitação. Afinal, a quem interessa a taxa fixa?
Num contexto de subida das taxas de juro, "a opção pela taxa fixa pode revelar-se vantajosa e gerar poupanças relativamente à variável", diz a DECO.
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Num contexto de subida das taxas de juro e com receio que esta tendência de aumento se continue a verificar, alguns clientes bancários têm vindo a considerar propostas de taxa fixa. De acordo com a DECO Proteste, a opção pela taxa fixa interessa, sobretudo, a quem quer evitar surpresas.
"A grande vantagem da taxa fixa no crédito à habitação é o consumidor saber com o que contar todos os meses, já que a prestação não muda com o contexto económico-financeiro. E, perante uma subida acentuada dos juros, a opção pela taxa fixa pode revelar-se vantajosa e gerar poupanças relativamente à variável", explica a organização de defesa do consumidor.
Esta é uma dúvida que surge "tanto para quem tem um empréstimo em curso, como para quem vai iniciá-lo", até porque "não foi há muito – em 2008 – que a Euribor ultrapassou os 5%, deixando muitas famílias a braços com o pagamento de prestações inflacionadas".
"Quanto menor for o prazo em que a taxa permanece fixa, maior a probabilidade de não ocorrerem oscilações na Euribor que compensem o que vai pagar a mais face a um financiamento com taxa variável. Ou seja, um crédito com taxa fixa apenas por cinco anos, passando depois a estar indexado à Euribor pelo resto do prazo, pode não valer a pena", diz a DECO.
A organização de defesa do consumidor recomenda, por isso, que "compare a prestação desses primeiros cinco anos com a que pagaria num crédito com taxa variável, no momento em que a Euribor estivesse em 2 ou 3%. A taxa fixa só compensa se este montante for inferior".
E mais: "Se prevê poupar algum dinheiro para ir abatendo o crédito, tenha em conta que a comissão por amortização antecipada na taxa fixa (2%) é quatro vezes mais elevada do que na taxa variável. Em 2023, a amortização antecipada de créditos a taxa variável estará obrigatoriamente isenta de comissão. Além disso, os bancos são menos propensos a renegociar um contrato de taxa fixa".
"Além dos aspetos puramente financeiros, num contexto que se afigura cada vez mais de pré-crise, pese também a componente emocional, sobretudo se não lida bem com o imprevisível, e tome a decisão acertada para si", recomenda a DECO.
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