"Já estamos a cooperar com a vossa empresa nacional [a Eni] em matéria de gás, mas queremos desenvolver esta cooperação", disse Netanyahu ao ministro do Desenvolvimento Económico, Adolfo Urso, num fórum com líderes empresariais italianos.

"Creio que deveríamos examinar cuidadosamente e rapidamente a possibilidade de acrescentar um terminal de GNL, talvez em Chipre, para aumentar a capacidade de exportação de gás de Israel para Itália, e de Itália para a Europa", afirmou, citado pela agência francesa AFP.

A Itália, tal como outros países europeus, tentou quebrar a sua dependência do gás russo desde que começou a guerra da Rússia contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Israel juntou-se às fileiras de produtores e exportadores de gás após a descoberta, no início dos anos 2010, de vários reservatórios de gás ao largo da sua costa no Mediterrâneo.

Um grande problema para Israel é a falta de um gasoduto para ligar as suas plataformas de perfuração no Mediterrâneo aos mercados do sul da Europa.

"Creio que existe uma necessidade estratégica [de gás] em Itália e na Europa, e Israel está pronto a fazer mais convosco a este respeito", disse Netanyahu.

O seu interlocutor italiano, Adolfo Urso, saudou a proposta para "vencer o desafio da autonomia energética".

"A Itália pretende tornar-se o centro europeu do gás e Israel deve ser o ponto de força para a produção de gás", afirmou o ministro italiano.

Outras opções para transportar gás israelita para a Europa incluem o projeto EastMed, um gasoduto submarino de quase 1.900 quilómetros ligando os campos de gás 'offshore' de Israel ao sul da Europa através de Chipre e da Grécia.

O gás seria então transportado através do gasoduto Poseidon para Otranto, no sul de Itália.

Com um custo de seis mil milhões de euros, o projeto só deverá ser concluído e colocado em serviço entre 2025 e 2027.

O gasoduto EastMed está a ser desenvolvido pela IGI Poseidon, uma empresa comum entre o grupo italiano Edison, uma filial da empresa francesa EDF, e a empresa grega de gás Depa.

O objetivo de Netanyahu foi mencionado no comunicado distribuído após o encontro com a sua homóloga italiana, Giorgia Meloni, mas sem quaisquer pormenores.

"Gostaríamos de acelerar as exportações de gás para a Europa através da Itália", disse apenas Netanyahu no comunicado, segundo a agência espanhola EFE.

Netanyahu também ofereceu a cooperação de Israel para lidar com os problemas da seca, cujos efeitos se fazem sentir especialmente no norte de Itália, e na cibersegurança.

"Fiquei muito impressionado com a sua liderança e com a forma como está a levar a cabo o seu trabalho", disse Netanyahu sobre a primeira-ministra italiana.

Meloni manifestou preocupação com os recentes ataques em Israel e disse que a Itália está "pronta a fazer tudo o que for possível" para contribuir para um desanuviamento das relações do Estado judeu com a Palestina.

Disse também que o seu Governo está "muito empenhado na luta contra o antissemitismo", e destacou Israel como "parceiro estratégico".

Esta é a segunda visita oficial do líder israelita à Europa desde que regressou ao poder no final de dezembro, após uma viagem a França no início de fevereiro.

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