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Medidas para mitigar inflação são "positivas", mas "muito tardias"

O presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), Jorge Veiga, considerou hoje serem "positivas" mas "tardias" as medidas anunciadas pelo Governo da República para mitigar a inflação.

Medidas para mitigar inflação são "positivas", mas "muito tardias"
Notícias ao Minuto

13:44 - 27/03/23 por Lusa

Economia Crise/Inflação

"Em primeiro lugar, a generalidade das medidas são positivas, mas pecam por serem muito tardias", disse o responsável da ACIF à agência Lusa.

Sobre o anúncio do aumento de 1% nos salários da função pública e atualização do subsídio de refeição, que o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou que vão ser aplicados na região, Jorge Veiga, defendeu que, "ao beneficiar apenas os trabalhadores da função pública, acabam por discriminar os do setor privado".

"Esta medida foi tomada pelo Governo da República, esperemos que Miguel Albuquerque as estenda também ao setor privado", preconizou.

Considerando que o setor privado "não deve ser penalizado, nem ser discriminado" em relação ao público, o presidente da ACIF defendeu que devem ser "definidas medidas que permitam também aos trabalhadores do setor privado ter algum benefício ou apoio ao seu rendimento" porque também são atingidos pela mesma perda de poder de compra.

O presidente da ACIF também classificou de "positiva" a aplicação da taxa de 0% no IVA (Imposto Sobre o Valor Acrescentado) para "um cabaz básico, de bens essenciais".

"Embora seja uma medida paliativa, vem ajudar aqueles que mais sofrem com o aumento da inflação", observou, argumentando que "os aumentos dos produtos básicos são enormes e, de uma certa forma, esta é uma compensação, mas não resolve o problema".

Jorge Veiga defendeu ainda que devem ser "feitos compromissos com os produtores e os distribuidores para que os benefícios sejam repercutidos nos consumidores em geral".

"No fundo há que esperar para ver qual a lista de bens e assegurar um acordo com os produtores e grandes distribuidores, um compromisso para repercutir a redução da taxa da IVA", enfatizou.

Também defendeu que o Governo deve "mexer nos 5.º, 6.º e 7.º escalões do IRS (Imposto Sobre os Rendimentos de Pessoas Singulares), da classe média, que tem sido extremamente prejudicada com a crise".

Quanto aos 30 euros a atribuir às famílias mais vulneráveis, indicou ser preciso "ver quais são".

No passado sábado, o presidente do governo madeirense (PSD/CDS), Miguel Albuquerque, assegurou que a Madeira vai aplicar as medidas anunciadas pelo Governo da República para mitigar a inflação, designadamente, o aumento de 1% nos salários da função pública e a atualização do subsídio de refeição.

Em declarações aos jornalistas à margem de um almoço de comemoração do 20.º aniversário da associação 'Garouta do Calhau', o governante insular referiu que os aumentos para a função pública terão um impacto de 10 milhões de euros nos cofres do Governo Regional.

O chefe do executivo madeirense referiu que "vai ter de haver uma retificação orçamental, como é normal", mas realçou que isso não "é um problema".

Sobre a descida do IVA para 0% num conjunto de bens essenciais, que ainda não está definido, o responsável social-democrata garantiu que, quando estiver decidido pelo executivo nacional, a região também adotará essa redução.

O governante complementou que o apoio de 30 euros para as famílias mais vulneráveis, valor a ser pago trimestralmente, "quando estiver definido, será decidido também no quadro da Segurança Social".

Miguel Albuquerque elencou que já estão em vigor na Madeira um conjunto de medidas complementares, enunciando os apoios aos custos de produção, num investimento de 3,1 milhões de euros, que vão beneficiar cerca de 6.000 produtores regionais, e o complemento regional para o idoso, que representa um investimento de cerca de quatro milhões por ano.

[Notícia atualizada às 18h43]

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