Resultados da Stellantis valem a CEO remuneração de 23,5 milhões
Os acionistas do grupo automóvel Stellantis concordaram hoje, em assembleia-geral, com a remuneração de 23,5 milhões de euros para o presidente executivo, Carlos Tavares, e de outros responsáveis, depois de uma controversa proposta em 2022.
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Assim, Carlos Tavares poderá receber 23,5 milhões de euros caso atinja os objetivos fixados pelo grupo nascido em 2021 após a fusão da Peugeot-Citroen e da Fiat-Chrysler.
A proposta de remuneração dos órgãos sociais da Stellantis foi validada por 80,4% dos votos numa iniciativa consultiva depois de, em 2022, mais de metade dos acionistas terem rejeitado os valores propostos pela administração.
Na ocasião, os acionistas criticaram a falta de transparência e a existência de prémios não associados à obtenção de resultados.
A proposta relativa a 2022 apresentada aos acionistas estabeleceu em 9% a remuneração fixa do gestor português (dois milhões de euros), com os restantes 91% a dependerem de remuneração variável.
Dentro da proposta estão incentivos a curto prazo no valor de 7,48 milhões de euros e incentivos a longo prazo avaliados em 11,59 milhões de euros.
Carlos Tavares recebeu já 14,92 milhões de euros relativos ao ano passado, entre salário base, bónus ou contribuições para pensões.
Na assembleia-geral realizada em Amesterdão, 51% dos votos concordaram, também com os mais de 51 milhões de euros para o antigo diretor executivo da Fiat-Chrysler, Richard Manley.
Já o presidente da Stellantis, o ítalo-americano John Elkann, cujo fundo Exor é o maior acionista do grupo, recebeu 5,85 milhões de euros por 2022.
Numa carta enviada aos acionistas antes da assembleia-geral, o presidente da comissão para a remuneração da Stellantis, Wan Ling Martelo, reconheceu que esta é uma questão "importante, sensível e complexa", mas que o grupo "sente a necessidade estratégica de manter e atrair gestores de classe mundial num ambiente de competição global".
Na proposta remuneratória, e por se considerarem uma empresa global e não apenas norte-americana ou europeia, a Stellantis analisou as remunerações de gestores e responsáveis de 24 empresas dos dois territórios, desde a Boeing até à Volvo.
A assembleia-geral validou também as novas condições de remuneração propostas pelo grupo, revistas após as preocupações com a transparência levantadas desde o ano passado.
Os bónus distribuídos em ações alcançarão apenas 1.600 funcionários e dependerão dos objetivos, enquanto os dividendos propostos de 1,34 euros por ação e a integração de Benoit Ribadeau-Dumas também foram aprovados.
Além dos bónus já anunciados, Carlos Tavares poderá ter direito a um bónus de "transformação" no valor de 25 milhões de euros caso atinja os objetivos propostos nos planos de eletrificação e de neutralidade carbónica do grupo até 2025.
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