PCP denuncia despedimentos na Martifer
O PCP acusa o grupo Martifer, que está sediado em Oliveira de Frades, de estar a "despedir arbitrariamente trabalhadores" e de atacar os seus direitos.
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Economia Oliveira de Frades
Em comunicado, a comissão concelhia do PCP de Oliveira de Frades refere que o presidente do conselho de administração, Carlos Martins, reuniu há uma semana os trabalhadores da Martifer Componentes "para lhes anunciar de viva voz que os ia despedir, a eles e a mais 500 do universo das suas empresas".
"Rapidamente a ameaça passou a vias de facto. Neste momento, mais de 50 trabalhadores da Martifer Componentes já foram despedidos e os restantes sê-lo-ão nos próximos dias", lamenta.
Segundo o PCP, a Martifer "está a despedir arbitrariamente trabalhadores sem que estes tenham terminado o seu contrato de trabalho com a empresa ou com a Multipessoal (empresa de aluguer de mão de obra)", levando a que operários cujos contratos terminariam em Julho, Agosto e Setembro já tenham sido despedidos.
Já esta semana o PCP se tinha mostrado apreensivo com a situação social e económica do distrito de Viseu, referindo-se, em concreto, a "preocupantes informações" que tinha recebido sobre "reajustamentos nas unidades de produção da Martifer, com o despedimento no imediato de contratados a prazo".
Contactada pela agência Lusa na quarta-feira, fonte oficial da Martifer admitiu que a empresa "está a fazer reajustamentos no seu parque industrial de Oliveira de Frades e é sua intenção recolocar os trabalhadores que o desejarem em outras unidades do grupo onde efetivamente estejam a desenvolver projetos, como são os casos específicos da Argélia e França".
"A falta de encomendas na Península Ibérica, em consequência da crise económica e financeira por que passam Portugal e Espanha, obriga a Martifer, como empresa responsável, a ir à procura de encomendas em outras geografias, o que implica reajustamentos ao nível das suas unidades de produção e da sua força de trabalho", justificou.
Confrontada com as acusações feitas agora pelo PCP de Oliveira de Frades, a mesma fonte disse não ter mais comentários a fazer.
Para o PCP, a Martifer pretende "fugir ao compromisso que assumiu com os trabalhadores, transferindo para os centros de emprego e para a Segurança Social os custos que ela, por força dos contratos, está obrigada a suportar".
"Com esta tramoia, os trabalhadores veem-se privados do seu salário por mais uns meses e do tempo respetivo que contaria para o subsídio de desemprego", lamenta, desafiando a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) "a intervir de imediato pondo cobro aos desmandos da Martifer".
Segundo o PCP, "com os outros trabalhadores do grupo a Martifer usa de chantagem, colocando-os entre o dilema do trabalho num qualquer país estrangeiro (que pode bem ser em Angola ou no Qatar) ou o despedimento".
"É a impunidade e a sem vergonha a dar mostras daquilo para que serve a política de direita do governo PSD/CDS", considera.
O PCP sublinha que "o processo de falências e encerramentos de empresas do grupo não para: fechou em Benavente, fechou estaleiros, fechou a Monobloco, em Oliveira de Frades, está a fechar a Martifer Componentes".
"São também às dezenas os fornecedores que na região se queixam de serviços e matérias-primas fornecidos de que não obtiveram pagamento da Martifer", acrescenta, questionando se "é este o 'parceiro idóneo' que o Governo escolheu para gerir os Estaleiros Navais de Viana do Castelo".
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