Moeda de Angola desvaloriza 16% este ano para 534,1 kwanzas por dólar
A consultora Oxford Economics prevê que a moeda nacional de Angola, o kwanza, vá depreciar-se para 534,1 kwanzas por dólar, o que compara com os 460,6 kwanzas por dólar registados em 2022.
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Economia Consultora
"Prevemos que o kwanza vá desvalorizar-se para uma média de 534,1 kwanzas por dólares este ano, face aos 460,6 de 2022; esta previsão assume que o preço global do petróleo vá recuperar para 86,8 dólares por barril até ao final deste ano e que a produção interna de petróleo melhore no segundo semestre deste ano depois da queda dos primeiros seis meses, ajudando a estabilizar a moeda local neste semestre", escrevem os analistas, que estimam assim uma queda de 16% no valor da moeda angolana.
Num comentário à evolução do kwanza, o departamento africano da consultora britânica Oxford Economics escreve que "a moeda angolana está em território negativo devido à recente quebra do preço mundial; a queda também contribuiu para piores resultados orçamentais e comerciais no primeiro trimestre, o que foi exacerbado pela planeada manutenção num poço importante", mas salientam que, ainda assim, "ainda é de esperar que a produção e o preço do petróleo subam durante o resto do ano".
Nos primeiros cinco meses do ano, o kwanza perdeu 9% face ao dólar, em linha com o declínio de 9% no preço do crude de janeiro a maio. Assim, o kwanza passou de 503,6 por dólar, no princípio de janeiro, para 550,4 no final de maio, representando uma correção face às subidas dos últimos semestres.
A redução da produção e do preço do petróleo teve um impacto nas contas públicas angolanas, ainda fortemente dependentes da evolução do crude apesar dos esforços de diversificação da economia.
"O declínio no preço está a afetar negativamente não apenas a taxa de câmbio, mas também os resultados orçamentais e comerciais de Angola", concluem os analistas, lembrando a queda de 27,1% no excedente comercial nos primeiros quatro meses do ano, em comparação com os quatro meses anteriores, e a redução de 33% nas receitas do primeiro trimestre face aos três últimos meses de 2022.
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