O ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse, esta segunda-feira, que a hipótese de o novo aeroporto ser construído em Santarém ainda está em cima da mesa, sublinhando: "A Comissão Técnica Independente (CTI) fará, certamente, a sua análise".

Referindo que ainda não tinha visto o relatório final desta comissão, Galamba voltou a falar sobre a distância entre as duas cidades: "[O relatório] Não vai dizer que 80 quilómetros é perto. Mas, como já disse no Parlamento, não é nada positivo, nem negativo para nenhuma localização", reiterou. Esta ideia foi reforçada depois dias depois de o ministro se ter reunido com a CTI, encontro esse que decorreu na sexta-feira.

Hoje, no Entroncamento, onde assistiu à assinatura do auto de consignação da empreitada ER243, o responsável pela pasta das Infraestruturas explicou que a distância é um entre vários critérios a ter em conta para a nova localização do aeroporto, garantindo que o Governo aguarda pelo trabalho final da CTI por forma a poder tomar uma decisão "fundamentada".

"É um trabalho que acompanhamos com proximidade, dando sempre todas as condições para que possa continuar a trabalhar", garantiu João Galamba.

'Pegando' numa afirmação da vice-presidente da Câmara do Entroncamento, Ilda Joaquim (PS), de que "mais importante que os quilómetros são os minutos", o ministro assegurou que a comissão trabalha em "várias dimensões de análise e não apenas na distância" e que nunca ficará condicionada porque também esta concluirá que 80 quilómetros não é perto.

As declarações surgem dias depois de ter defendido que a opção de Santarém era longe, uma opinião reforçada novamente hoje. Questionado, na passada terça-feira, sobre a localização do novo aeroporto, o ministro não se adiantou: "Aguardemos a conclusão" da CTI, disse na altura. Confrontado sobre a possibilidade de Santarém, Galamba fez o seguinte comentário: "Acho longe".

No mesmo dia, lembrou ainda que Portugal ainda teria de viver com o aeroporto da Portela durante, pelo menos, "mais 12 anos".

Ainda durante a sua intervenção, Galamba falou do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), referindo que  Portugal está "a cumprir todos os compromissos e metas assumidos perante a Comissão Europeia no âmbito da Componente 7 do PRR -- Infraestruturas". 

"Começa a ser cada vez mais difícil manter as críticas de que o PRR não chega efetivamente aos territórios, não ajuda a promover as suas potencialidades e a garantir o seu desenvolvimento, não apoia as empresas, não promove uma justa e equilibrada dinamização da economia, não cria riqueza e emprego. Desde logo, e no imediato, questionem as empresas que desenvolvem estes projetos e que contribuem para a execução destas obras", notou.

[Notícia atualizada às 13h55]

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