Altice International toma medidas. Suspende "vários" trabalhadores
A Altice International disse estar a "trabalhar ativamente para proteger os interesses do grupo e dos seus acionistas", no âmbito da Operação Picoas. Anunciou ainda a revisão de vários contratos associados ao caso e a suspensão de vários trabalhadores.
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Economia Altice
A Altice International revelou, esta quarta-feira, que suspendeu "vários" gestores e trabalhadores em Portugal - e não só - enquanto decorre a investigação no âmbito da Operação Picoas. O grupo disse estar a "trabalhar ativamente" para proteger os seus interesses e os dos seus acionistas.
"A Altice International e as suas afiliadas colocaram de licença representantes legais, gestores e trabalhadores importantes em Portugal e no estrangeiro, enquanto a investigação se desenvolve", pode ler-se num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso. A empresa sublinha, ainda, que as autoridades "clarificam" que os crimes em causa "impactam a Altice Portugal e as suas subsidiárias" e que, portanto, estas são "vítimas de fraude por parte de indivíduos".
A operadora de telecomunicações adiantou ainda que, vai "rever e reforçar o processo de aprovação de todos os contratos, pagamentos, ordens de compra e processos relacionados [com a investigação], tanto em Portugal como ao nível da Altice International".
Na mesma nota, a empresa referiu que está a colaborar com as autoridades portuguesas e "mantém-se disponível para qualquer esclarecimento no sentido de auxiliar na investigação em curso".
"A Altice International continua a desenvolver as suas atividades de forma normal e continuará a conduzir os negócios com a maior integridade no melhor interesse de todas as partes interessadas, colocando clientes e funcionários em primeiro lugar", pode ainda ler-se.
O que está em causa?
A Operação Picoas, desencadeada a 13 de julho, levou a três detenções, entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP).
Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).
Em causa, alegadamente, está uma "viciação do processo decisório do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.
As autoridades consideram que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba "superior a 100 milhões de euros".
A 2 de junho de 2015, a Altice concluiu a compra da PT Portugal.
[Notícia atualizada às 11h33]
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