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Da criação da Media Capital à proposta sobre a Cofina Media

Os principais acontecimentos na história da Media Capital, desde a sua criação, até ao lançamento, hoje, de uma oferta vinculativa da dona da TVI, liderada por Mário Ferreira, sobre a Cofina Media.

Da criação da Media Capital à proposta sobre a Cofina Media
Notícias ao Minuto

19:18 - 20/07/23 por Lusa

Economia Cronologia

Veja abaixo uma cronologia dos principais acontecimentos na história da Media Capital, desde a sua criação, até ao lançamento, hoje, de uma oferta vinculativa da dona da TVI, liderada por Mário Ferreira, sobre a Cofina Media, por 80 milhões de euros.

1992

- É criado o grupo Media Capital, com a sua atividade assente maioritariamente na imprensa, iniciada em 1989 com o jornal O Independente.

1997

- O negócio do grupo é alargado, com a compra das rádios Comercial e Nostalgia.

1998/1999

- A Media Capital, liderada pelo empresário Miguel Pais do Amaral, passa a deter a maioria do capital da TVI, altura em que "a estação começa a melhorar a sua rentabilidade de forma significativa", refere o grupo no seu 'site'.

2001

- A entrada no capital na NBP e o seu controlo no ano seguinte (2002) consolidou o negócio de televisão como um todo, com a aposta estratégica na ficção portuguesa como conteúdo televisivo de sucesso da programação da TVI.

2002

- Em outubro, o grupo espanhol de media Recoletos compra 50% do capital da Económica SGPS, empresa participada da Media Capital, passando a controlar a totalidade do Diário Económico e Semanário Económico.

2003

- A Media Capital entra na área da distribuição cinematográfica (atividade descontinuada no final de 2011), através de uma parceria com a Castello Lopes, e da edição discográfica, com a criação da MC Entertainment e a aquisição da Farol Música.

2004 

- A Media Capital entra em bolsa.

2005

- Em julho, a Prisa torna-se acionista principal da Media Capital, levando na altura o líder do PSD, Marques Mendes, a acusar os governos português e espanhol de cumplicidade no negócio com a empresa espanhola, lembrando a ligação do grupo ao PSOE, com o executivo da altura a negar qualquer envolvimento na matéria.

2006

- Em outubro, a Prisa lança uma OPA sobre a totalidade da dona da TVI e passa a controlar a Media Capital.

2007

- Na sequência de duas OPA, o grupo Prisa passa a deter a quase totalidade do capital da empresa.

2008

- A Media Capital alienou a área de imprensa à Progresa (empresa do grupo Prisa) e, no final do ano, adquiriu a Plural Espanha que, juntamente com a NBP, deu origem à Plural Entertainment, uma das maiores produtoras internacionais em língua portuguesa e espanhola.

- No final de 2008, a Prisa atravessa um período de crise financeira e propõe-se avançar com cortes para enfrentar a dívida e a queda de receitas.

2009 

- As dificuldades financeiras continuam e, no âmbito das medidas para enfrentar a situação, a Prisa anuncia em junho a intenção de vender 30% da Media Capital, levando na altura a Portugal Telecom (PT) -- operadora que foi comprada em 02 de junho de 2015 pelo grupo Altice -- a manifestar o seu interesse. O negócio seria inviabilizado pela polémica lançada à volta do assunto, nomeadamente de tentativa política de controlo da TVI.

- Em 26 de junho, o então primeiro-ministro, José Sócrates, anuncia que se vai opor à compra pela PT de parte da Media Capital para que não haja a mínima suspeita de que esse negócio se destina a alterar a linha editorial da TVI. O Estado tinha uma 'golden share' na PT que lhe permitia vetar a operação. Com a PT fora da 'corrida', as portas ficam abertas para a Cofina e a Ongoing, sendo que a dona do Correio da Manhã adiantou que pretendia comprar uma posição de controlo e não apenas 30%.

- Em setembro, a Prisa anuncia a venda de 35% da Media Capital à Ongoing, empresa que era acionista da Impresa.

2010

- Em janeiro, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) 'chumba' a operação, colocando como condição à Ongoing a venda da totalidade da participação na SIC.

- Em 30 de março de 2010, sem que a Ongoing tenha vendido a sua participação na Impresa, a Concorrência opõe-se ao negócio, contando já com o parecer vinculativo da ERC, o que inviabiliza a operação.

2017

- Em 14 de julho, a Altice anuncia que chegou a acordo com a Prisa para a compra da Media Capital, numa operação avaliada em 440 milhões de euros.

- Em 17 de outubro, os três membros do Conselho Regulador da ERC, na altura liderada por Carlos Magno, não chegaram a acordo sobre a proposta de compra da Media Capital pela Altice. Perante a falta de consenso, o processo passa para a alçada da Autoridade da Concorrência (AdC).

2018 

- Em 28 de maio, a AdC rejeita os compromissos apresentados pela Altice para a compra da Media Capital por entender que "não protegem os interesses dos consumidores, nem garantem a concorrência no mercado".

- Um dia depois, a Altice Portugal manifesta a sua discordância da rejeição da AdC e afirma não estar disponível "para apresentar quaisquer outros" compromissos.

- Em 18 de junho, a Prisa confirma a desistência do negócio.

2019

- Em 21 de setembro, a Cofina SGPS anuncia que chegou a acordo com a Prisa para comprar a totalidade das ações que detém na Media Capital, valorizando a empresa em 255 milhões de euros.

- Em 23 de dezembro, a Cofina anuncia ter acordado com a Prisa a redução do preço de compra da dona da TVI em 50 milhões face aos 255 milhões de euros (205 milhões de euros).

2020 

- Em 18 de fevereiro, a Sociedade Pluris Investments, controlada pelo empresário Mário Ferreira, chegou a acordo com quatro acionistas da Cofina para a compra de 18.044.763 direitos de subscrição das novas ações no aumento de capital da dona do Correio da Manhã.

- Em 11 de março, a Cofina anuncia a desistência da compra da dona da TVI, depois de falhar a operação de aumento de capital em cerca de três milhões de euros. O aumento era no montante de 85 milhões de euros para financiar a compra da Media Capital, mas a dona do Correio da Manhã conseguiu pouco mais de 82 milhões. O empresário Mário Ferreira afirmou ter sido 'apanhado de surpresa' por esta decisão.

- Em 22 de abril, a diretora de comunicação do grupo Bel confirma à Lusa que o empresário Marco Galinha, presidente executivo da empresa, apresentou uma proposta de compra da Media Capital "no início do mês" à Prisa.

- Em 24 de abril, a Prisa informa que assinou um memorando de entendimento com a Pluris Investments, do empresário Mário Ferreira, tendo em vista a eventual compra até 30,22% da Media Capital, dona da TVI.

- Em 14 de maio, a Prisa anunciou que Mário Ferreira comprou 30,22% da Media Capital, através da Pluris Investments, numa operação realizada por meio da transferência em bloco das ações por 10,5 milhões de euros.

- Quase três meses depois, em 12 de agosto, a Cofina lança uma OPA sobre a totalidade do capital da Media Capital, alterando a oferta de 21 de setembro, sendo o valor de referência proposto de 0,415 euros por ação, a que corresponde um montante total de 35 milhões de euros e considera um 'entreprise value' de cerca de 130 milhões de euros.

- Em 03 de novembro, a Prisa conclui a venda da totalidade da sua participação na Media Capital, ao alienar os restantes 21,2% que detinha na dona da TVI através da Vertix, por 12,1 milhões de euros.

2021 

- Em 26 de janeiro, a AdC deu 'luz verde' à operação de concentração da OPA obrigatória lançada pela Pluris sobre Media Capital, por não ser suscetível de criar "entraves significativos à concorrência".

- Em 20 de julho, a Cofina anunciou a revogação, com efeitos imediatos, da OPA sobre as ações da Media Capital, preliminarmente anunciada em 21 de setembro em 2019 e posteriormente alterada.

2022

- Em 03 de fevereiro, a Bauer Media Audio e o Grupo Media Capital estabeleceram um acordo definitivo, sujeito a aprovação regulatória, para a aquisição da MCR, que detém as rádios do grupo português, por 69,6 milhões de euros, operação que foi concluída em 31 de maio.

2023 

- Em 03 de março, a Media Capital informa que está "atenta e disponível para analisar oportunidades de negócio", mas quanto à aquisição da Cofina ou de ativos do grupo de Paulo Fernandes "nada existe de relevante", enquanto a dona do Correio da Manhã admite "abordagens preliminares" de assessores externos para possíveis negociações com a dona da TVI "que estão a ser objeto de análise", mas sem que existam para já quaisquer conversações, ou decisão.

- Em 22 de maio, em entrevista à Lusa, o presidente executivo da Media Capital, Pedro Morais Leitão, afirmou que a compra da Cofina era "um tema abstrato" para o grupo, sem desenvolvimentos até agora, não tendo desde que assumiu o cargo em julho de 2022 se sentado para negociar com aquela empresa.

- Em 11 de julho, a Media Capital garantiu que mantém interesse na "aquisição de 100% do capital da Cofina Media".

- Nove dias depois, a dona da TVI anunciou uma oferta vinculativa para a compra da totalidade das ações da Cofina, com o valor de aquisição livre de ónus e encargos, por 80 milhões de euros.

Leia Também: Media Capital lança oferta vinculativa sobre totalidade das ações da Cofina

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