Crédito recusado por DSTI excedido? Saiba o que representa este conceito
O seu crédito ou transferência de crédito foi recusado pelo banco, devido ao rácio DSTI com stress excedido? Este rácio pode levar à não aprovação de um financiamento, se superar os 50%. Mas, afinal, o que representa no crédito e como contorná-lo?
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Economia Poupança no Minuto
Se viu o seu empréstimo ou transferência recusados devido ao rácio DSTI excessivo, saiba que ainda há esperança. Negociando com os bancos, pode conseguir ter uma aprovação. Por isso, de que está à espera para contactar os intermediários de crédito da Poupança no Minuto?
Caso queira ainda perceber o que é o rácio DSTI e porque podem recusar um crédito devido a este requisito, passamos a explicar.
O que significa DSTI?
O DSTI – Debt Service-to-Income – indica o grau de esforço financeiro de um cliente perante a liquidação de uma dívida.
Este indicador surgiu de uma medida macroprudencial, definida por recomendação do Banco de Portugal (BdP), no que diz respeito a novos financiamentos (incluindo transferências de crédito).
Uma vez que o BdP pretende garantir a estabilidade económica e financeira do país, decidiu adotar esta medida para poder ajudar os bancos a serem prudentes na hora de conceder créditos.
Por isso, o rácio DSTI veio ajudar a apurar a solvabilidade de um cliente para a concessão de um crédito, para avaliar o risco de incumprimento do mesmo.
Mas o que representa então este conceito no crédito? De acordo com o BdP, o DSTI é o “rácio entre o montante da prestação mensal calculada com todos os empréstimos do(s) mutuário(s) e o(s) rendimento (s) mensal(ais), calculado nos termos do artigo 4.º”. Ou seja, representa o grau de esforço financeiro que o cliente terá ao liquidar a dívida do crédito.
Porém, esta medida apenas se aplica a novos contratos celebrados a partir de 1 de julho de 2018, salvo exceções determinadas pelo BdP, abrangendo todos os bancos portugueses e sociedades financeiras, com sede ou sucursal em território português, com autorização para conceder empréstimos no país.
Como funciona o DSTI num crédito?
Então, na prática, e consoante a recomendação do BdP, para a contratação de novos créditos, incluindo transferências, “é recomendado que as instituições não concedam crédito que resulte num DSTI superior a 50%”.
De forma a garantir que um proponente fique com 50% do seu rendimento líquido disponível fora pagamentos de créditos, os bancos aplicam um fator de stress de 3% sob a taxa de juro atual.
Este é mais um critério para avaliar o nível de risco de um cliente e a probabilidade de o mesmo cumprir ou não com as prestações mensais do crédito. Pelo que, deve estar dentro dos valores recomendados. Mas como se calcula?
Primeiro, é necessário aplicar um fator de stress de mais 3% ao indexante do crédito escolhido (ou em uso, no caso de transferência). Para perceber se, caso as taxas de juro continuem a aumentar, o proponente mantém, pelo menos, 50% dos seus rendimentos disponíveis para despesas do dia a dia.
Para verificar esta situação, faz-se a soma de todas as prestações mensais de crédito de um cliente (já com mais 3% no indexante da taxa de juro do crédito), com o rendimento mensal líquido (com as deduções de impostos e contribuições obrigatórias para a Segurança Social). Por isso, para chegar à percentagem deste indicador, é necessário utilizar a seguinte fórmula:
DSTI = (Prestações mensais/ Rendimento líquido mensal) x 100
Por exemplo, consideremos que o Fernando tem um total de prestações mensais igual a 500 euros com o fator de stress aplicado à prestação do crédito que pretende contratar, e recebe um rendimento líquido mensal igual a 1.100 euros.
(500/1.100) X 100 = 45,5%
Calculando através da fórmula acima, o Fernando tem um rácio DSTI com stress equivalente a 45,5%, o que está dentro do valor recomendado pelo BdP. Significando isto que a probabilidade de este cliente conseguir o seu crédito aprovado é elevada, pois tem um baixo risco de incumprimento.
O meu crédito foi recusado pelo DSTI, e agora?
Atualmente, existem muitos créditos e transferências de créditos a serem recusados devido ao rácio DSTI com stress excedido que os bancos aplicam para avaliar a capacidade financeira de um cliente perante uma dívida.
Para contexto, o BdP criou este critério no momento em que a taxa de referência do Banco Central Europeu (BCE) se encontrava em 0, dando origem a indexantes negativos (Euribor a 3, 6 e 12 meses). E como cautela, prevendo que o cenário se iria alterar, instituiu este valor como garantia dos pagamentos de créditos, após aumento dos indexantes.
Contextualizando a história da Euribor
O BCE precaveu-se através desta medida, já conhecendo a história da Euribor. Que, por norma, tem tendência a sofrer picos de subida significativos, como já se verificou por duas vezes nas últimas décadas.
Tendo sido criada em 1999, com taxas Euribor de 3,233% a seis meses e 3,213% a 12 meses, nos primeiros meses observou-se ainda uma descida.
Mas logo em junho registou-se o primeiro pico, com as taxas a superar os 5,3% a 12 meses, continuando depois até 2000, quando o prazo a 6 meses atinge os 5,1%. A partir daí e até 2004, as taxas Euribor voltam a descer, chegando novamente a outro pico de subida: no final de 2005 e até 2008 as taxas mantêm uma tendência de subida, chegando aos 5,5%.
E desde 2016 que as taxas Euribor continuavam a descer, atingindo valores negativos (momento em que foi criado o rácio DSTI), com previsão de uma nova subida que acaba por acontecer em 2022. Isto devido ao aumento de juros pelo BCE consequente da taxa de inflação elevada.
Então, as recusas têm advindo de as taxas indexantes continuarem agora a manter um ritmo de subida. Com a subida da taxa diretora para 4% no mês de julho, é cada vez mais desafiante a aprovação de novos financiamentos (aquisições ou transferências). Uma vez que a maior parte dos clientes se encontram com o valor deste rácio muito perto ou já acima da recomendação de 50%.
Apesar de já ter sido reconhecida a necessidade de alterar este requisito pela vice-governadora do BdP, a recomendação tem sido mantida.
Poupança no Minuto pode ajudar na aprovação do crédito ou transferência
Mas não é apenas o rácio DSTI com stress que os bancos têm em conta: e, por isso, é importante atentar a outros fatores que podem ajudar à aprovação do crédito ou transferência. As instituições bancárias olham ainda para os rendimentos do cliente, a existência ou não de um fiador, o valor de outras despesas regulares. Tudo isto impacta o cumprimento das prestações de crédito.
Por isso, o BdP pratica algumas exceções que se justifiquem no que toca a situações concretas de risco, procedendo avaliações de caso a caso.
Mas é necessário existir uma comunicação clara e negociação com os bancos. E é para isso que a Poupança no Minuto cá está: Recorrendo ao nosso serviço de intermediação de crédito, pode contar com um agente experiente que o ajude neste processo.
Se viu o seu crédito ou transferência ser recusado por ter o rácio DSTI excedido, contacte-nos e deixe que os profissionais tratem da negociação com os bancos por si. Os intermediários de crédito Poupança no Minuto ajudam-no gratuita e rapidamente, para que possa ver o seu financiamento aprovado sem complicações.
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