FMI e Banco Mundial em África para debater dificuldades do continente
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) começam hoje os seus Encontros Anuais em Marraquexe, Marrocos, marcados pelo regresso a África, um continente em dificuldades que contrastam com a "notável resiliência" da economia mundial.
© Lusa
Economia Marrocos
Nas reuniões que assinalam o regresso a África, depois dos Encontros no Quénia, em 1973, o FMI e o BM deverão apresentar uma revisão em baixa do crescimento para o continente, com o Banco Mundial a ter apresentado já a sua estimativa de crescimento para a região, que abranda para 2,5% este ano, depois de crescimentos de 4,8% em 2021 e 3,8% no ano passado.
Os trabalhos começam hoje e têm em agenda uma sessão sobre empresárias africanas e outra que incide sobre a Guiné-Bissau e como melhorar a gestão da despesa com os funcionários públicos através do recurso ao 'blockchain', ou seja, a uma base de dados que liga vários departamentos e está acessível em tempo real.
Na terça-feira será lançado o relatório sobre as Perspetivas Económicas Mundiais, no mesmo dia em que é apresentado o documento sobre a Estabilidade Financeira Global e é feito um debate sobre o combate à pobreza.
Ainda na terça-feira, a Guiné-Bissau torna a estar em destaque, com um debate sobre a digitalização da gestão da administração pública.
No dia seguinte é feita a abertura oficial dos Encontros do Banco Mundial, com a conferência de imprensa do presidente, Ajay Banga, e é apresentado o 'Fiscal Monitor', a cargo do antigo ministro das Finanças de Portugal Vitor Gaspar e diretor do departamento, havendo ainda lugar a um debate sobre o sobre-endividamento nos países mais desfavorecidos.
Na quinta-feira, a questão da dívida estará em lugar de destaque, com um debate que, para além dos líderes do FMI e do BM, terá também a presença do ministro das Finanças da Zâmbia, o primeiro país africano a entrar em Incumprimento Financeiro a seguir à pandemia e a solicitar, há mais de dois anos, uma reestruturação da dívida, num processo que ainda decorre.
Na sexta-feira são apresentados os relatórios regionais sobre as economias europeias e africanas, e a ministra das Finanças de Angola participa num debate sobre a construção de resiliência económica e os desafios para os mercados emergentes, antes de terminarem os Encontros, no sábado, com o anúncio de quem vai receber as reuniões de 2026.
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