Lucro da Repsol cai 14% devido a queda do preço do petróleo e gás
A petrolífera Repsol registou até setembro um lucro líquido de 2,79 mil milhões de euros, menos 14% face ao mesmo período do ano anterior, num contexto de queda dos preços do petróleo e do gás.
© Lusa
Economia repsol
A empresa informou hoje a Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários espanhola que o resultado líquido ajustado, que mede especificamente a evolução dos negócios, situou-se em 3,8 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma quebra de 16,4%.
No mesmo período, a Repsol investiu 4,36 milhões de euros, mais 82% em termos homólogos, principalmente em projetos de baixo carbono, dos quais 41% foram para a Espanha e 37% para os EUA.
A energética prevê terminar 2023 com um investimento total de cerca de 5,2 mil milhões de euros, 24% mais do que os quase 4,2 mil milhões de euros que reservou no ano passado, sendo que 35% serão destinados a iniciativas de baixo carbono.
A Repsol destacou que os resultados permitem avançar na transformação do grupo "com o desenvolvimento de projetos industriais de baixo carbono [e] o aumento do seu portfólio de ativos renováveis".
Após o lançamento de novos ativos eólicos e instalações fotovoltaicas em Espanha, EUA e Chile, o portfólio de energias renováveis do grupo atingiu 2.300 megawatts.
A Repsol apontou como objetivo atingir seis mil megawatts até 2025 e 20 mil megawatts até 2030.
O presidente executivo da Repsol, Josu Jon Imaz, considerou que 2023 está a ser um ano de "profunda transformação" para a empresa, "com progressos firmes na descarbonização".
A dívida líquida da empresa situava-se em 1,86 mil milhões de euros no final do terceiro trimestre, com a liquidez a atingir 10,65 mil milhões de euros, o suficiente para cobrir mais de cinco vezes os pagamentos da dívida de curto prazo.
Os acionistas da Repsol acordaram ainda aumentar de 0,375 euros para 0,4 euros por ação o dividendo a pagar ao longo de janeiro de 2024 aos seus mais de 520 mil acionistas, a grande maioria minoritária e localizados em Espanha.
Em julho, a empresa anunciou uma nova redução de capital mediante o resgate de 60 milhões de ações próprias até final do ano, que se juntam aos 50 milhões de títulos cancelados em junho.
Segundo a empresa, a combinação de dividendos e redução de capital significará a distribuição, em 2023, de cerca de 2,4 mil milhões de euros aos acionistas.
Face à redução de capital, a empresa lançou em julho um programa de recompra de um máximo de 50 milhões de ações próprias.
As ações remanescentes serão provenientes de ações existentes em tesouraria e/ou da liquidação de derivativos sobre ações próprias previamente contratados pela empresa.
Desta forma, no final deste ano, a Repsol terá reduzido o seu capital social em 20% face ao existente em dezembro de 2021, bem acima do objetivo estabelecido pelo plano estratégico 2021-2025.
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