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Deco recuperou 13 milhões para lesados no caso Afinsa de fraude de selos

A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) anunciou hoje que conseguiu recuperar 13 milhões de euros para os lesados no caso Afinsa, de fraude com selos, que se arrasta há 17 anos, segundo um comunicado hoje divulgado.

Deco recuperou 13 milhões para lesados no caso Afinsa de fraude de selos
Notícias ao Minuto

19:15 - 24/01/24 por Lusa

Economia DECO

Em causa está um esquema de venda de selos, que decorreu entre o final dos anos 90 e 2006, segundo o qual a Afinsa prometia lucros elevados com a compra e venda de selos, mas que veio a comprovar-se ser uma fraude.

"Passados 17 anos do caso Afinsa ter lesado milhares de consumidores portugueses que investiram neste negócio ruinoso, a Deco conseguiu recuperar, após uma longa batalha judicial, um montante de cerca de 13 milhões de euros que será reembolsado a todos os lesados", indicou a organização.

A Deco destacou que, "num processo judicial que decorreu em Espanha", a associação "disponibilizou desde o primeiro momento informação a todos os investidores portugueses envolvidos no caso e celebrou um protocolo com a OCU, sua congénere espanhola, para que fosse possível representar em tribunal todos os lesados, e para que dessa forma conseguissem reclamar os seus créditos".

A associação, que "representou mais de 2.800 consumidores portugueses lesados pela Afinsa", disse que "todos foram reconhecidos como credores no processo de insolvência, tendo sido reconhecido o crédito relativo ao capital investido acrescido de juros".

Assim, "durante o processo de liquidação do património, a Deco manteve o acompanhamento de todos os consumidores que representava, na opção de se manterem como credores e virem a receber o valor que lhes coubesse da liquidação do património".

De acordo com a Deco, "por sentença do Tribunal de Madrid, onde o processo de insolvência corria os seus termos, foi determinada a conclusão do processo de insolvência, bem como o cancelamento de todos os seus registos públicos", sendo que, desta forma, "o processo de liquidação termina com a conclusão do processo de insolvência decretada pelo Tribunal".

A associação disse que "garantiu ainda junto da Administração Concursal da Afinsa que os pedidos dos consumidores representados" pela associação, "eram apreciados e devidamente tratados, e os consumidores recebiam os montantes que lhes cabia durante o processo de insolvência".

Por fim, adiantou, "terminado o processo e extinta a Afinsa para todos os efeitos legais, cessa a representação da Deco neste processo de insolvência, que apesar da morosidade judicial e da efetiva perda financeira face aos valores investidos por todos aqueles que foram lesados" conseguiu que "uma parte do valor resultante da liquidação fosse para reembolsar os consumidores portugueses".

Em 2016, o tribunal espanhol Audiência Nacional condenou, em Madrid, 11 antigos administradores da empresa Afinsa a sentenças que vão até 12 anos de prisão pela sua intervenção na burla de venda de selos a investidores espanhóis e portugueses.

Segundo o tribunal, a companhia prometia comprar de volta os selos vendidos, depois do valor destes subir, o que permitia aos clientes recuperarem o dinheiro investido e realizar mais-valias.

Quando as autoridades começaram a investigar, em 2006, o passivo acumulado era já de 2,57 mil milhões de euros.

Leia Também: BES. Juíza afasta pedidos de indemnização de lesados do processo-crime

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