Corte das taxas de juro? Centeno defende "mais cedo e mais gradualmente"
O governador do BdP diz ser favorável a "cenários de gradualismo", para "dar tempo aos agentes económicos para se adaptarem às nossas decisões".
© Jose Sarmento Matos/Bloomberg via Getty Images
Economia Mário Centeno
O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, disse na segunda-feira que é mais favorável a cenários de gradualismo e, por isso, prefere que o corte das taxas de juro aconteça mais cedo e de forma faseada.
"Nós podemos reagir mais tarde e mais fortemente, ou mais cedo e mais gradualmente. Eu sou totalmente favorável aos cenários de gradualismo, porque nós temos que dar tempo aos agentes económicos para se adaptarem às nossas decisões", disse Centeno em entrevista à Reuters.
O governador do BdP acrescentou que a instituição não está a "anunciar antecipadamente, porque não achamos que isso é adequado, e eu estou de acordo com isso".
Contudo, deixa a nota: "Também não podemos guardar para o último momento uma ação que se pode tornar ela própria desestabilizadora. Se for para ser alguma coisa eu sempre serei gradualista".
Questionado sobre cortar as taxas de juro mais cedo e gradual é preferível a mais tarde e abruptamente, Centeno não tem dúvidas: "É sempre melhor ser gradual".
A mensagem mais importante é a de que nós temos, neste momento, muita evidência de que a inflação está a descer de forma sustentada
Na mesma entrevista, Centeno mostrou-se confiante em relação à inflação, revelando que a trajetória mostra que a mesma está a reduzir-se de forma sustentada.
"Acho que a mensagem mais importante é a de que nós temos, neste momento, muita evidência de que a inflação está a descer de forma sustentada, de forma compatível com o objetivo de médio prazo e que a política monetária teve um contributo significativo para este desenvolvimento e que nos vamos manter dependentes dos dados", referiu.
O governador do BdP notou, ainda assim, que "não há nenhuma questão de calendário, não há nenhuma data fixa onde possamos tomar esta ou aquela decisão".
"É preciso também entender que da mensagem de ontem sai uma ideia, na minha interpretação: todas as opções estão em aberto e que é muito claro que o sentido das decisões nas próximas reuniões, é de avaliar a adequação do nível das taxas de juros a este objetivo", acrescentou.
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