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Operadores investem milhões em rede de hidrogénio entre França e Alemanha
Os operadores de gás GRTgaz e Creos anunciaram hoje um investimento conjunto de 110 milhões de euros na primeira rede transfronteiriça para transporte de hidrogénio com baixo teor de carbono entre a França e a Alemanha.
© Shutterstock
Economia Gás
Do montante de investimento previsto para a construção deste 'hidrogenioduto', batizado de mosaHYC, 70 milhões de euros serão investidos pela filial alemã da luxemburguesa Creos e 40 milhões de euros pelo operador francês da rede de transporte de gás GRTgaz, segundo revelou o diretor de desenvolvimento da GRTgaz, Anthony Mazzenga, numa apresentação à imprensa.
O projeto foi viabilizado após a assinatura de um contrato com a siderurgia ROGESA Roheisengesellschaft Saar, do grupo SHS, que vai abastecer, e será a primeira rede partilhada de transporte de hidrogénio a ligar os dois países.
Apesar de o mercado de hidrogénio estar em desaceleração devido a uma fraca procura por parte dos clientes, a GTRgaz vê "sinais positivos".
"Constatamos que os nossos futuros clientes estão a fazer progressos no projeto e a pedir-nos que avencemos com os nossos estudos", disse Mazzenga.
A iniciativa foi reconhecida pela União Europeia como um "projeto de interesse comum", um estatuto que abre caminho para acesso a fundos comunitários e às simplificações administrativas associadas à descarbonização.
A entrada em serviço desta rede está prevista para o segundo semestre de 2027. Dos cerca de 90 quilómetros de extensão projetados, 70 resultam da conversão de gasodutos de gás natural.
Segundo Mazzenga, na prática, esta conversão consiste em "modificar as propriedades mecânicas do aço na presença do hidrogénio".
A rede vai ligar o seu primeiro consumidor industrial (a ROGESA, em Dillingen) aos produtores de hidrogénio localizados ao longo do seu traçado, que passará por Völklingen, Saint-Avold, Carling, Bouzonville, Perl (na fronteira com o Luxemburgo), Sarrelouis e Dillingen.
A rede foi concebida para transportar até 50 mil toneladas de hidrogénio por ano para as instalações da empresa, para alimentar o seu novo processo de produção de aço com baixo teor de carbono.
De acordo com o comunicado de imprensa, a rede mosaHYC, "pioneira na construção do mercado interno europeu de hidrogénio", deverá expandir-se, já que terá a possibilidade de ligar outros produtores e utilizadores na indústria ou na mobilidade pesada, para o transporte de mercadorias com baixo teor de carbono.
Leia Também: Alentejo. Hidrogénio verde avança com investimento de 13,5 milhões
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