CSI de São Tomé quer intervenção urgente na comunicação social
O presidente do Conselho Superior (CSI) de Imprensa são-tomense afirmou hoje que o setor da comunicação social do arquipélago vai mal, e defendeu intervenção urgente com formação, atribuição de meios e responsabilização para mudar o paradigma.
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"É verdade que o setor da comunicação social em São Tomé e Príncipe vai mal. Apesar dos vários diagnósticos, o estado de coisas mantém-se inalterado sem um horizonte breve de resolução, pois os problemas são de todos conhecidos", afirmou Edmar Teixeira no seu discurso por ocasião do dia mundial da Liberdade de Imprensa que assinalado hoje.
Teixeira sublinhou que a liberdade de imprensa que está constitucionalmente consagrada, quando "exercida com verdade e responsabilidade, constitui a base da democracia e da Justiça" contribuindo para "formar uma opinião, elaborar pensamos construtivos, formar e informar com verdade, construir pontes entre os homens e instituições".
No entanto advertiu que "esta liberdade não é absoluta", na medida em que "se esbarra nos direitos de outrem, nomeadamente no direito à imagem, ao bom nome e o direito a vida privada e não poderá ser usada de forma leviana por aqueles que o Estado incumbiu de a usar, sob pena de implicar a responsabilização".
O presidente do CSI sublinhou ainda que a liberdade de imprensa "não poderá ser coartada pela autocensura, censura e afinidade políticas, interesses inconfessáveis, desmotivação desmedida e opiniões pessoais".
Para Edmar Teixeira, na imprensa são-tomense "a verdade é ameaçada pela desinformação e pelo discurso de ódio que procuram confundir os limites entre factos e ficção, entre ciência e conspiração, entre os meus e os teus, contribuindo assim para a estratificação da sociedade que se pretende coesa e virada para a paz social"
Acrescentou que tanto os órgãos públicos e privados, nacionais e internacionais se "contrastam entre o brilho e o profissionalismo de uns e a falta de isenção e imparcialidade de outros o que coloca esses órgãos numa situação de amor e ódio, reclamando com urgência que de uma vez por toda se separe o trigo do joio", e se aposte na formação contínua, meios materiais e técnicos adequados, reconhecimento para que possam "formar e informar com verdade, isenção e imparcialidade"
"Revela-se urgente a intervenção nos órgãos da comunicação social, pois a atribuição de meios materiais, valorização dos quadros, a dignificação da classe dos jornalistas e técnicos, a transição do sistema analógico para o digital, a atualização de mecanismos legais de fiscalização e responsabilização dos jornalistas, contribuirão sem dúvidas para a melhoria do setor da comunicação social", sublinhou Edmar Teixeira.
Por sua vez, os jornalistas são-tomenses de órgãos públicos consideraram hoje que a influência política tem condicionado a liberdade de imprensa, associada ao fraco salário e falta de meios, o que o Governo rejeitou, prometendo melhorar as condições de trabalho.
"Nós somos de um órgão estatal, dependemos do Estado, eu penso que há um certo medo por parte de nós, fazedores da comunicação social, divulgarmos alguma coisa, isto por falta de meios, recursos", apontou, em declarações à Lusa, a propósito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se assinala, a jornalista da Rádio Nacional Hermínia das Neves.
No entanto, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, que tutela a comunicação social são-tomense, Lúcio Magalhães defendeu o "não cerceamento da atuação e de consciência" dos jornalistas e prometeu "a criação de condições laborais condignas para o exercício da profissão, quais sejam melhores instalações e equipamentos, mais e melhor formação e capacitação, melhores condições salariais".
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