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Sindicatos querem aumento do salário mínimo e patrões pedem mexida do IRC

As centrais sindicais defenderam hoje que o Governo pode ir "mais além" do que o previsto no aumento do salário mínimo para 2025, enquanto os patrões colocaram o foco na mexida do IRC, segundo declarações feitas hoje.

Sindicatos querem aumento do salário mínimo e patrões pedem mexida do IRC
Notícias ao Minuto

16:47 - 11/09/24 por Lusa

Economia Sindicatos

À entrada para a reunião da Concertação Social, em Lisboa, o secretário-geral da UGT indicou que é "um bom sinal" e "um bom começo" a intenção do Governo de querer "ir além do acordo" de rendimentos no que toca ao aumento do salário mínimo nacional.

 

Atualmente, o salário mínimo é de 820 euros brutos mensais e o acordo de rendimentos em vigor prevê que, em 2025, subisse para 855 euros e, em 2026, para os 900 euros. Mas, segundo a imprensa, o Governo vai propor aos parceiros que o salário mínimo suba para 860 euros em 2025. Ainda assim, caso se confirme esse valor, para a UGT "é insuficiente".

Também a CGTP prefere aguardar para ver qual será a proposta final do executivo, mas reitera que "há muito" que tem vindo a expressar "a sua preocupação relativamente ao programa do Governo e àquilo que é a perpetuação de uma política de baixos salários", disse Tiago Oliveira à entrada para reunião de Concertação Social.

A CGTP apresenta na quinta-feira a sua política reivindicativa para 2025, mas no ano passado defendeu um aumento do salário mínimo para 1.000 euros em 2024.

Por sua vez, do lado das confederações patronais, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) indicou ter as "expectativas altas" sobre esta reunião, onde espera "ouvir novidades sobre aumentos salariais" e não apenas sobre o salário mínimo.

"Uma economia que discute apenas salário mínimo é uma economia de mínimos e não é essa a economia que queremos", apontou Armindo Monteiro, à entrada da reunião.

Questionado sobre uma eventual subida do salário mínimo para 860 euros em 2025, o presidente da CIP faz depender o valor de dados económicos e avisou que a economia está a crescer "abaixo do potencial".

"Depende daquilo que conseguirmos pôr a economia a crescer", afirmou.

A CIP vai voltar a propor ao Governo a possibilidade de as empresas voluntariamente pagarem aos trabalhadores um 15.º mês isento de IRS e "acredita" que o executivo possa acolher a medida.

Por fim, também à entrada da reunião, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) sinalizou que "a principal expectativa" para esta reunião "é ter uma ideia de qual é a política fiscal para as empresas que o Governo pretende apresentar para o Orçamento do Estado".

Questionado sobre uma eventual mexida no IRC, João Vieira Lopes lembrou que a "visão" da confederação sobre essa matéria "não é exatamente igual à proposta do Governo", dado que além da baixa das taxas, a CCP defende "baixar também as tributações autónomas", uma vez que "é também uma parte do IRC que incide sobre os custos de todas empresas".

Além das duas centrais sindicais e das quatro confederações patronais, na reunião de hoje estão também presentes o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, o ministro da Economia, Pedro Reis, a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, o secretário de Estado do Trabalho, Adriano Rafael Moreira, e a secretária de Estado das Pescas, Cláudia Aguiar, além da ministra do Trabalho, que preside à reunião.

Do lado do executivo, os governantes foram parcos nas palavras à entrada para a reunião. A ministra do Trabalho disse apenas que esperava que corresse bem, enquanto o ministro das Finanças indicou que as reuniões que têm decorrido no âmbito das negociações do Orçamento de Estado para 2025 "têm corrido bem".

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