Criação de emprego nos serviços compensa perda acumulada na indústria no Norte
A região Norte criou mais de 13 mil empregos no segundo trimestre do ano, sobretudo no setor dos serviços, mas as indústrias transformadoras continuam a recuar, segundo o relatório Norte Conjuntura, consultado hoje pela Lusa.
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Economia Emprego
De acordo com o documento elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), "esta evolução foi impulsionada pelo setor dos serviços, que registou um aumento do emprego de 2,2%".
O setor dos serviços, que teve um aumento líquido de 24.300 postos de trabalho no segundo trimestre, "representa, agora, 65,4% do emprego total do Norte, equivalente a cerca de 1,2 milhões de pessoas".
"Em contrapartida, as indústrias transformadoras tiveram uma diminuição de 2,8%, mantendo a tendência de queda que persiste há cinco trimestres consecutivos", refere a CCDR-N, correspondendo a uma perda líquida de 11.900 postos de trabalho.
O relatório detalha que "a população empregada no setor secundário (indústria, construção, energia e água) observou uma diminuição homóloga de 1,9%, resultando na perda líquida de 10.800 postos de trabalho".
"De igual modo, no setor da construção, a população empregada caiu 2,9%, equivalente a aproximadamente 3.700 postos de trabalho, revertendo o crescimento observado nos trimestres anteriores", refere.
Os números do segundo trimestre contribuíram "para a redução da taxa de desemprego da região, que caiu de 6,8% para 6,3% entre o 1.º e o 2.º trimestre de 2024, permanecendo acima do valor nacional (6,1%)".
"As exportações de bens da região caíram 1,8%, enquanto em Portugal aumentaram 2,7%. No setor do turismo, o desempenho do Norte continuou a superar o do país, com as dormidas a crescerem 3,5% em comparação com um aumento de 2,9% a nível nacional", aponta também a CCDR-N.
Segundo o documento, "a redução nas exportações do Norte foi impulsionada principalmente pela diminuição nos bens intermédios e bens de consumo", mas "essas categorias apresentaram uma queda menos acentuada do que no trimestre anterior".
As exportações de bens de consumo também recuaram (-4,1%), mas "as exportações de bens de capital continuaram a sua trajetória de crescimento, com um aumento de 5,0% em relação ao segundo trimestre de 2023, superando o acréscimo de 2,9% registado no trimestre anterior".
"O maior decréscimo homólogo nas exportações do Norte foi registado no calçado, polainas e artefactos semelhantes, com uma queda de 15,7%. Em seguida, destacaram-se as exportações de veículos automóveis, suas partes e acessórios, que caíram 12,4%", refere o documento.
Noutras categorias relevantes, também recuaram as exportações de vestuário e acessórios de malha (-10,5%), obras de ferro fundido, ferro ou aço (-8,5%), móveis, mobiliário médicocirúrgico e colchões (-6,3%), e bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres (-6,3%).
Por outro lado, "as exportações de instrumentos e aparelhos de ótica e fotografia sobressaíram com um aumento significativo de 20,6% em termos homólogos", bem como as "de máquinas, aparelhos, materiais elétricos e suas partes, que cresceram 14,1%".
Já as importações de bens "registaram um crescimento homólogo de 0,1% no 2º trimestre de 2024, interrompendo a trajetória negativa que prevaleceu nos últimos trimestres".
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