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Temos "casamento". Novos donos da TAP e Governo assinam acordo

Estado e gestores assinaram acordo.

Temos "casamento". Novos donos da TAP e Governo assinam acordo
Notícias ao Minuto

09:54 - 06/02/16 por Pedro Filipe Pina

Economia Memorando

Foi este sábado de manhã que os novos donos da TAP e o Governo assinaram publicamente o memorando acordado entre as partes. Portugal passa a deter 50% da TAP mas a gestão da transportadora aérea continuará a ser responsabilidade dos empresários.

A assinatura de memorando entre consórcio e Governo, memorando esse que garante juridicamente o negócio, ficou marcada para este sábado de manhã no Ministério do Planeamento, em Lisboa.

Humberto Pedrosa e David Neeleman, os dois empresários do consórcio Gateway, que adquiriu a TAP ainda ao governo anterior, assinaram o memorando na companhia de membros do Governo. Já o Estado português fez-se representar nas assinaturas pelo ministro das Finanças Mário Centeno e pelo ministro do Planeamento, Pedro Marques. António Costa, primeiro-ministro também marcou presença.

“O que inicialmente disse, que o nosso projeto e o do Governo não casavam, a boa vontade de ambas as partes e o diálogo permitiram que terminasse em casamento”, afirmou Humberto Pedrosa na abertura das declarações.

“Os interesses da TAP tinham que vir ao de cima, permitindo este desfecho. Chegamos a um acordo de 50/50 de participação social, pelo que a empresa será privada”, acrescentou ainda, explicando de seguida que Fernando Pinto continuará na liderança da TAP e que o novo conselho de administração não executivo terá uma distribuição também a meias: seis membros do Estado, seis escolhas da Gateway.

Num registo mais informal, David Neeleman, o empresário de nacionalidade brasileira que acompanhou Humberto Pedrosa neste negócio, diz ter percebido a posição do Executivo porque “a empresa é muito importante” para Portugal

A “situação da TAP é crítica” e intervenção era necessária, defendeu, explicando de seguida que desta maneira o Governo pode “verificar e proteger o interesse público” enquanto a estratégia para “salvar” a empresa será decisão privada.

“Como nós dizemos em Portugal, é a falar que a gente se entende. E falando, a gente entendeu-se”, afirmou António Costa na sua declaração, acrescentando que “este entendimento era da maior importância”.

“Nunca houve um conflito entre este Governo e quem adquiriu a TAP. Houve um conflito sobre opções políticas tomadas em Portugal, mas que são estranhas, naturalmente, aos privados que adquiriram a TAP. Esse conflito está resolvido democraticamente”, mas também garantindo a quem adquiriu a TAP o respeito pelos seus direitos, afirmou.

“É muitas vezes positivo que as negociações sejam difíceis porque significa que na fase das negociações se enfrentaram e resolveram problemas”, disse ainda, desvalorizando negócios afirmados em “negociações fáceis”.  

“É com muita satisfação que iremos ser sócios não só por mais dois anos, mas seguramente para sempre. Nós, porque já cá estamos há 900 anos e cá continuaremos. OS senhores, porque certamente encontraram na TAP boas razões para permaneceram como acionistas da TAP e trabalharem para fortalecer a TAP. Não temos interesses divergentes, o que for bom para a TAP, será bom para o país”, afirmou, explicando que Governo não vai interferir na gestão da TAP. 

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