Banif? "Principais responsáveis são acionistas e administração"
O socialista Eurico Brilhante Dias revelou as conclusões do relatório do inquérito ao Banif.
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Economia Brilhante Dias
Eurico Brilhante Dias foi o responsável por apresentar as principais conclusões da comissão de inquérito parlamentar ao Banif e explicou que há três momentos fundamentais para a análise da queda do banco: o momento até à capitalização, o momento em que o Estado convida instituições a comprar o ‘clean bank’, depois da divisão dos ativos, e, por fim, a notícia da TVI 24.
O deputado relator garantiu que os “primeiros responsáveis pela situação a que chegou o Banif são os acionistas e os responsáveis da administração que conduziram o banco até 2012”, mostrando que este era um “negócio insustentável, com graves problemas procedimentais e sem uma estrutura capaz de suportar este embate [da crise]”.
Mostrando que o grupo Banif “tinha um modelo de negócios insustentável”, com “sistemas de controlo de risco, informação e organização absolutamente precários”, Brilhante Dias revela que a auditoria forense “chega a considerar que 50% dos casos mais penalizantes para os resultados do Banif foram casos em que a decisão de crédito foi tomada contra o parecer das equipas de riscos e do comité de risco do Banif”.
Por um lado, o Banif “não tinha uma estrutura acionista que, em 2011, fosse capaz de garantir um reforço de capital que suportasse as imparidades que se iam acumulando e as novas necessidades que emergiram quando Portugal ficou ao abrigo do resgate”. Por outro lado, “a supervisão prudencial, em particular até 2010, foi ineficaz”.
“O que o senhor governador chamou de ‘light supervision’ não teve eficácia e, mais tarde, o Banco de Portugal considera que o Banif, ao nível do conjunto de procedimentos, está ao nível intermédio das melhores práticas. Se o Banif estava ao nível intermédio das melhores práticas, não sei o que diga das piores práticas”, atira o deputado.
O deputado coloca também culpas no Banco de Portugal e no anterior governo, consequentemente a Passos Coelhoe e Maria Luís Albuquerque, atribuindo-lhes responsabilidades e referindo que a antecipação teria sido fundamental.
Brilhante Dias acredita que o “ponto limite” do Banif poderia ter sido diminuído se o BdP “tivesse conseguido antecipar coisas que começou a dizer em abril de 2015”. Mais ainda, “o Governo era um acionista e os acionistas têm responsabilidade de zelar pelo seu património e este acionista tem uma dupla responsabilidade - é responsável pelo nosso património”, reitera.
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