Angolanos querem parceria com portugueses para o 'made in Angola'
O presidente da Associação Empresarial de Luanda disse hoje aos empresários portugueses que o momento para apostar no país "é agora", face às oportunidades que estão a surgir da crise, mas através do "made in Angola".
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Economia Produtos
O empresário Francisco Viana falava na abertura da segunda edição do Fórum Empresarial Angola-Portugal, que decorre hoje e quarta-feira em Luanda. Trata-se de uma organização da AEP - Associação Empresarial de Portugal e que conta com uma mostra de produtos e serviços de 17 empresas portuguesas.
"O momento [para investir] é agora, é o momento ideal, transformar as dificuldades em oportunidades", enfatizou o dirigente empresarial, ao mesmo tempo que afasta a ideia de insistir na simples importação por Angola, que Portugal lidera.
"O momento do comércio está esgotado. Os empresários que venham para cá para vender o seu queijo, o seu vinho, as suas panelas, como estou a ver aqui, é bom mas não tem futuro. É bom que numa primeira fase venham vender, mas depois que comecem a produzir cá, como acontecia antes do 25 de Abril, em que se produzia tudo cá em Angola", sublinhou o líder da Associação Empresarial de Luanda.
Defende, por isso, o estabelecimento de novas parcerias Angola-Portugal, mas com o "made in Angola" em perspetiva.
A agropecuária, a indústria e a área dos materiais de construção são apostas que recomenda aos empresários portugueses interessados em investir em Angola, apesar do momento de crise que o país atravessa, fruto da forte quebra nas receitas petrolíferas.
"Vir para aqui, para Angola, num momento em que tudo parece mais difícil. E é verdade. Tudo está mais difícil, mas é neste momento que poderemos ganhar vantagem e aproveitar oportunidades concretas", disse Francisco Viana.
Esta segunda edição do Fórum Empresarial Angola-Portugal reúne em Luanda algumas dezenas de empresários dos dois países e surge depois de em 2016, devido à conjuntura angolana e ao cancelamento de feiras, nenhuma missão empresarial portuguesa se ter realizado.
Apesar do momento de incerteza económica e financeira, com o país ainda essencialmente dependente das receitas provenientes da exportação de petróleo, Francisco Viana garante que este fórum, e sobretudo o intercâmbio entre os empresários portugueses e angolanos, é oportuno.
"Entre irmãos, celebrar a nossa amizade, recordar os nossos interesses comuns, faz sempre sentido. Nós não somos amigos só quando há dinheiro em cima da mesa, quando há só um pão ou como naqueles tempos antigos uma sardinha para partilhar, não deixamos de ser irmãos, não deixamos de dialogar e perspetivar o futuro", apontou o líder dos empresários de Luanda.
Além dos problemas económicos, financeiros e cambiais que Angola atravessa, Francisco Viana admite que a emissão de vistos para empresários continua a ser um entrave à captação de investimento para o país.
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