Montepio diz que meta do Governo é otimista e estima défice de 2%
O banco Montepio estima que o défice orçamental represente 2% do PIB este ano, acima da meta definida pelo Governo, de acordo com um relatório com as previsões económicas de 2017 divulgado hoje.
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Economia OE2017
No 'outlook' divulgado hoje, o departamento de estudos do Montepio antecipa que o défice orçamental de 2017 represente de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), considerando que a redução do défice para 1,6% prevista no Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) é "demasiado otimista".
Os analistas do Montepio mantêm a estimativa de um crescimento económico de 1,5% este ano - em linha com o estimado pelo Governo, mas salientam que se observa "uma redução dos riscos descendentes".
Ainda assim, a nível interno, o banco continua a enumerar a possibilidade de instabilidade política, a difícil situação no mercado de trabalho, a debilidade do sistema financeiro, os objetivos de consolidação adicionais exigidos por Bruxelas e a pressão sobre as 'yields' da dívida pública entre os riscos que podem levar a uma revisão em baixa da previsão do crescimento do PIB.
A nível externo, o Montepio está preocupado com os riscos do 'Brexit' (saída do Reino Unido da UE), uma vez que "Portugal é particularmente vulnerável ao Reino Unido pela via do setor do turismo, dado a elevada contribuição dos turistas britânicos para a balança turística", mas também as incertezas da política económica que será decidida por Donald Trump, a tensão geopolítica no Médio Oriente, a situação na Grécia e a situação de mercados emergentes, como o Brasil e Angola.
Entre os fatores que podem levar a uma revisão em alta da previsão do Montepio está o baixo preço do petróleo, o euro fraco, a política monetária expansionista do Banco Central Europeu (BCE) e a possibilidade de a economia espanhola poder continuar a crescer acima do estimado.
"Espanha representou, em 2015, cerca de um quarto do total das exportações de bens portugueses e, no primeiro semestre de 2016, 26,5%, seguindo-se França (13,2%), Alemanha (12,1%) e Reino Unido (7,2%)", recordam os analistas.
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