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Futuro será (ainda) pior do que previsto pelo Governo

O programa de ajustamento está a chegar ao fim mas a economia portuguesa não dá sinais de retoma, com o Produto Interno Bruto (PIB) a registar no primeiro trimestre deste ano a segunda maior queda desde 1978. Porém, o fim deste ciclo não só não parece estar para breve como, consideram vários economistas ouvidos pelo Diário Económico, poderá até ser mais grave do que indicam as previsões do Governo.

Futuro será (ainda) pior do que previsto pelo Governo
Notícias ao Minuto

08:45 - 16/05/13 por Notícias Ao Minuto

Economia Recessão

No primeiro trimestre deste ano, o PIB caiu 3,9% em comparação com igual período do ano passado, avançou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). Um valor, salienta hoje o Diário Económico, acima do registado no final do ano passado (3,8%) e só superado no arranque de 2009, quando a economia nacional caiu 4,1%.

A juntar a isto, há nove trimestres consecutivos que a economia está a contrair e o que aí vem não parece trazer boas notícias. “Há sinais preocupantes, desde logo, a queda do investimento”, salienta Paula Carvalho, economista do departamento de ‘research’ do BPI.

No mesmo sentido, o departamento de 'research' do Montepio refere que as previsões do Governo, que apontam para uma contracção de 2,3% para o conjunto deste ano, “requerem alguma recuperação da actividade no segundo semestre deste ano”, mas acrescenta Sandro Mendonça, economista e professor no ISCTE, “a conjuntura à nossa volta está a tornar menos provável a inversão de tendência das exportações” e “o Estado, o único que podia agir em contraciclo, não o vai fazer, e vai continuar em austeridade”.

Também ouvido pelo Diário Económico, o antigo ministro das Finanças, Miguel Beleza, afirma que “estamos a bater no fundo” e que apesar de admitir que “teremos uma inversão de tendência, é difícil prever quando”. Já o centrista António Pires de Lima, presidente do Conselho Nacional do CDS, destaca que “as medidas tomadas pelo Governo diminuem em muito o rendimento disponível das famílias e a componente externa está a abrandar”.

De salientar que desde 2007, ano em que espoletou a crise, a economia portuguesa já contraiu 8,5%, de acordo com o valor do PIB estimado pelo gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia.

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