Católica espera crescimento homólogo de 2,8% no 3.º trimestre
A Universidade Católica estima que, no terceiro trimestre, Portugal tenha crescido 0,8% face aos três meses anteriores e 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado, mantendo uma projeção de crescimento anual de 2,7%.
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Economia OE2017
Na folha trimestral de conjuntura relativa ao terceiro trimestre deste ano hoje divulgada, o Núcleo de Estudos da Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP), da Universidade Católica, justifica esta expectativa de crescimento entre julho e setembro com "a melhoria da situação económica que é transversal aos diversos agregados, incluindo o investimento".
O NECEP mantém a projeção avançada em julho para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, nos 2,7%, que assenta no "bom primeiro semestre do ano", no "comportamento da economia da zona euro" e também nos "efeitos desfasados da política orçamental de 2016, agora menos intensos".
A economia portuguesa continua a "recuperação cíclica iniciada no primeiro trimestre de 2013" e, apesar do menor crescimento do consumo privado face ao PIB, os economistas da Católica consideram que "o investimento e as exportações deverão crescer de forma robusta este ano".
No entanto, apontam que o investimento ainda está "num patamar cerca de 22% abaixo dos níveis registados em 2010", destacando que "será importante continuar a observar crescimentos fortes neste agregado para consolidar a recuperação em curso".
Para 2018, a previsão do NECEP é de um crescimento de 2,3%, uma melhoria de 0,2 pontos percentuais face à última estimativa, e, para 2018, a perspetiva é que o PIB cresça 2,1%, tendo igualmente sido revista em alta em 0,2 pontos, "fruto de perspetivas mais favoráveis sobre o crescimento potencial da economia portuguesa e sobre a envolvente externa".
Na análise divulgada hoje, os economistas afirmam que "o crescimento tendencial da economia portuguesa apresenta-se agora mais forte do que há apenas três meses", mas salvaguardam que estas projeções "estão rodeadas de grande incerteza devido aos desequilíbrios financeiros do Estado e das necessidades de capital no sector financeiro já este ano e nos próximos".
Também na vertente externa, há desafios, nomeadamente "a complexidade da formação do Governo na Alemanha e a situação política disfuncional na Catalunha", que se somam ao "processo do 'Brexit' e à instabilidade oriunda da governação dos Estados Unidos da América".
O NECEP não faz previsões para o défice orçamental mas indica que, tendo em conta a informação disponibilizada no âmbito da primeira notificação do Procedimentos dos Défices Excessivos e os últimos desenvolvimentos orçamentais e económicos, "o novo ponto central para o défice nominal [é] de 1,7%, na ausência de medidas discricionárias de gestão orçamental", um valor que é próximo mais pessimista do que o do Governo, que espera um défice de 1,5% em 2017.
Questionado pela Lusa, o coordenador no NECEP, João Borges Assunção, explicou que este "ponto central" calculado para o défice "resulta de um crescimento da economia maior que o previsto há um ano", mas que "basta que o Governo aperte outra vez, mas apenas um pouco, o investimento público até ao final do ano para atingir a sua própria meta para o défice nominal", sublinhando que o executivo "só não cumprirá a sua meta do défice este ano se não quiser".
Quanto à dívida pública, o NECEP entende que, "apesar das operações extraordinárias no sector financeiro, o cenário da estabilização da dívida pública em percentagem do PIB este ano parece plausível".
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