Investimento em imobiliário comercial deverá atingir novo recorde em 2018
O investimento em imobiliário comercial deverá atingir um novo recorde em 2018 em Portugal de 2,6 mil milhões de euros, antecipou hoje a consultora CBRE, num relatório sobre tendência do mercado imobiliário.
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Economia CBRE
A esperada permanência de uma "elevada liquidez a nível global" e o crescimento exponencial do Turismo, com reflexos na hotelaria, leva a CBRE a prever que se atinja os 2,6 mil milhões de euros em investimento em imobiliário comercial.
No documento, a consultora recorda ter sido batido no ano passado o recorde de 2015, com um registo de investimento de 2,2 mil milhões de euros e que está a aumentar a quota dos nacionais (22% do total), assim como dos europeus (45% sem portugueses). Em 2018 os investidores nacionais devem representar entre 15 a 20% do total.
"Prevê-se um elevado investimento em centros comerciais e escritórios. À semelhança do que se observou em 2017 deveremos assistir a uma maior procura por unidades hoteleiras em operação ou mesmo terrenos para construção", lê-se.
No segmento hoteleiro, os investidores têm estendido o interesse por unidades com contratos de gestão, em Lisboa e no Porto, mostrando uma "maior abertura pela partilha do risco de exploração do negócio".
Também deverá continuar a compra de casas para reabilitação, por parte de investidores institucionais estrangeiros, que também devem entrar em projetos de construção de raiz, de maior escala, tanto em termos de habitação, como de escritório e mesmo projetos de construção especulativa. Outra tendência deverá ser investimento no arrendamento.
Há ainda procura por produtos alternativos, como residências de estudantes e unidades de saúde. Esses produtos alternativos podem representar 10 a 15% do investimento total em 2018.
Nos escritórios, a falta de produto irá perdurar ao longo de 2018 e refletir-se, por um lado, na continuação da descida da taxa de disponibilidade e na subida das rendas 'prime' (mais caras), por outro lado, num aumento dos pré-arrendamentos e das renegociações.
As rendas 'prime' podem subir entre 3 e 5%.
A oferta e procura de espaços de escritórios flexíveis irá aumentar, ficando ainda o segmente marcado por transformação de antigos armazéns ou centros comerciais em escritórios e o interesse de instalação das tecnológicas em Portugal.
No comércio, as vendas devem ter um acréscimo na ordem dos 2,5%, prevendo-se que os centros comerciais se expandam e/ou se remodelem, nomeadamente as zonas de restauração, criem espaços maiores para lojas de marcas de modas e menores para a comercialização de produtos de eletrónica.
Não se esperam novos projetos de centros comerciais, mas há possibilidade de desenvolvimento de 'retails park', enquanto no comércio de rua a oferta continuará a crescer a bom ritmo e são esperadas mais aberturas nas zonas principais de Lisboa e Porto.
Se as rendas nos centros comerciais 'prime' devem manter-se, em locais como Rua Garrett e Rua Augusta, em Lisboa, e na Rua de Santa Catarina, no Porto, espera-se acréscimo entre os 5 e os 10%, "ainda assim inferior ao observado em 2017".
Na logística, os espaços de qualidade escasseiam em Lisboa e no Porto e a falta de oferta irá condicionar a ocupação no país em 2018, prevendo-se uma redução relativamente a 2017. Vão arrancar novos projetos de construção de plataformas logísticas à medida e estruturas de apoio ao comércio eletrónico, segundo as previsões da CBRE.
Depois de um aumento de 8% em 2017 das rendas 'prime', não se esperam evoluções em 2018.
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