Vitória da extrema-direita nas Europeias fica aquém do estimado
Os grupos da direita conservadora e extrema-direita reforçaram a sua posição na futura composição do Parlamento Europeu (PE), mas sem chegarem a um resultado histórico, defendem analistas contactados pela Lusa sobre as eleições europeias.
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Mundo Europeias
O investigador Pawel Zerka, do grupo de reflexão Conselho Europeu para as Relações Externas (ECFR, na sigla inglesa), destaca, na sua análise, o reforço das posições de Giorgia Meloni, a primeira-ministra italiana, e da líder francesa da extrema-direita, Marine le Pen, "com os seus partidos a conseguirem algumas das maiores representações de um só partido no próximo PE".
As duas famílias da direita radical -- grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) e da Identidade e Democracia (ID) -- são os maiores vencedores das europeias, mas o Partido Popular Europeu (PPE, que inclui os eurodeputados da AD) venceu o escrutínio, mantendo o foco político no centro-direita pró-europeu.
O professor de Direito na HEC Paris Alberto Alemanno salientou, também à Lusa, que apesar do número recorde de votos, "contrariamente à maioria das histórias", estas eleições europeias não deram a UE à extrema-direita, salientando que a maioria pró-UE se mantém, mas enfraquecida.
Alemanno defende ainda que as legislativas em França, marcadas pela demissão do Presidente Emmanuel Macron após a derrota do seu partido nas europeias, serão determinantes para as nomeações para os cargos de topo na UE.
O grupo de reflexão European Policy Centre (EPC) centra a sua análise no ganho de lugares do PPE e nas perdas limitadas dos Socialistas & Democratas (S&D, que integra o PS).
Eurice Maurice, analista do ECR, alerta, no entanto, que só quando os grupos políticos estiverem formados, o que acontecerá nas próximas semanas, se poderá ter uma visão completa.
O Partido Popular Europeu (PPE) venceu as eleições europeias que no domingo terminaram nos 27 Estados-membros, com 184 lugares, mais 47 do que os socialistas, revela uma nova estimativa do Parlamento Europeu.
Segundo a mais recente projeção, divulgada às 09:06 de Bruxelas (08;06 de Lisboa), o PPE (que integra PSD e CDS-PP) mantém-se como a principal força política europeia, seguido pelo grupo dos Socialistas e Democratas (S&D, inclui o PS), que conquistou 139 lugares e continua como segunda maior bancada.
Nesta projeção do hemiciclo, baseada nos resultados nacionais finais ou provisórios disponíveis, publicados depois de concluída a votação em todos os Estados-membros, com base na estrutura do Parlamento cessante, o Renovar a Europa (que inclui Iniciativa Liberal) mantém-se no terceiro lugar, com 80 eleitos.
O grupo de direita dos Conservadores e Reformistas (ECR) consegue-se com 73, a extrema-direita do Identidade e Democracia (ID, que inclui Chega) conquista 58 eurodeputados, enquanto os Verdes (que inclui Livre e PAN) obtêm 52 lugares.
A Esquerda Europeia (que integra PCP e Bloco de Esquerda) terá conseguido 36 lugares.
No total, cerca de 361 milhões de eleitores dos 27 países da UE foram chamados a escolher a composição do próximo Parlamento Europeu, elegendo 720 eurodeputados, mais 15 que na legislatura anterior, 21 dos quais por Portugal.
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