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Primeiro-ministro húngaro chega à Rússia 3 dias após estar na Ucrânia

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, chegou hoje a Moscovo para uma viagem oficial à Rússia três dias após visitar a Ucrânia, e vai encontrar-se com o Presidente russo, confirmou hoje o seu porta-voz, falando numa "missão de paz".

Primeiro-ministro húngaro chega à Rússia 3 dias após estar na Ucrânia
Notícias ao Minuto

10:57 - 05/07/24 por Lusa

Mundo Oficial

"O primeiro-ministro Viktor Orbán chegou a Moscovo no âmbito da sua missão de paz. O primeiro-ministro vai encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin", informaram o porta-voz do chefe de governo húngaro, Bertalan Havasi, à agência de notícias estatal húngara MTI.

A confirmação surge depois de rumores de que esta deslocação iria ocorrer hoje, três dias após Viktor Órban ter viajado até Kiev para se encontrar com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A visita já havia sido criticada pelo presidente do Conselho Europeu e pelo chefe da diplomacia europeia, que vincaram que tal se insere apenas no quadro de relações bilaterais entre a Hungria e a Rússia e não representa a União Europeia (UE), quando este semestre Budapeste assume a presidência rotativa comunitária.

A Lusa participa estes dias, juntamente com outros cerca de 50 jornalistas europeus, numa viagem para a imprensa da presidência húngara da UE em Budapeste, e até ao momento fontes diplomáticas contactadas por estes meios de comunicação tinham rejeitado confirmar a visita.

Num comunicado divulgado esta manhã, o chefe da diplomacia comunitário vincou que a deslocação do primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, a Moscovo se "insere exclusivamente no quadro das relações bilaterais", excluindo qualquer representação europeia quando a Hungria assume a presidência rotativa.

"A visita do primeiro-ministro Viktor Orbán a Moscovo insere-se exclusivamente no quadro das relações bilaterais entre a Hungria e a Rússia", salientou o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

Numa altura em que a Hungria assume a presidência rotativa do Conselho da UE, desde a passada segunda-feira e até 31 de dezembro, Josep Borrell assinalou que "o primeiro-ministro húngaro não está, portanto, a representar a UE de qualquer forma".

Na quinta-feira, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a presidência húngara do Conselho da UE "não tem mandato para interagir com a Rússia em nome" dos 27 Estados-membros.

Esta manhã, em declarações à estação pública de rádio Kossuth, Viktor Órban afirmou que "não se pode fazer a paz a partir de uma poltrona confortável em Bruxelas".

"Mesmo que a presidência rotativa da UE não tenha mandato para negociar em nome da UE, não podemos sentar-nos e esperar que a guerra acabe miraculosamente. Serviremos como um instrumento importante para dar os primeiros passos em direção à paz, é este o objetivo da nossa missão de paz", adiantou o primeiro-ministro húngaro.

Orbán deslocou-se há três dias a Kiev, pela primeira vez desde o início da invasão russa, e exortou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a considerar um cessar-fogo como maneira de acelerar as negociações para um processo de paz com o Kremlin.

A visita de hoje é contrária àquela que tem sido a postura de todas as instituições da União Europeia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

Viktor Orbán e o seu Governo conservador são próximos do regime russo de Vladimir Putin.

A Hungria é o único país entre os 27 Estados-membros a assumir publicamente a vontade de deixar de contribuir com os esforços económico-financeiros, militares e diplomáticos.

Leia Também: Borrell vinca que viagem de Órban a Moscovo "não representa UE"

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