EUA indicam que ataques do Estado Islâmico aumentaram no Iraque e na Síria
O Comando Central dos Estados Unidos anunciou hoje que o grupo Estado Islâmico está a tentar reconstituir-se, indicando que o número de ataques na Síria e no Iraque está duplicar em relação ao ano passado.
© Reuters
Mundo Estado Islâmico
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou 153 ataques em ambos os países nos primeiros seis meses de 2024, disse o CENTCOM, organismo militar norte-americano, através de um comunicado.
De acordo com um oficial militar dos Estados Unidos, que falou à Agência France Presse sob anonimato por não estar autorizado a falar publicamente sobre o assunto, o grupo Estado Islâmico esteve diretamente envolvido em 121 ataques na Síria e no Iraque em 2023.
"O aumento dos ataques indica que o Estado Islâmico está a tentar reconstituir-se após vários anos de capacidade reduzida", frisa o CENTCOM.
Há pouco mais de 10 anos o grupo extremista declarou o auto proclamado califado em vastas zonas do Iraque e da Síria.
No auge da atividade, o grupo controlou uma área correspondente a metade do território do Reino Unido, onde tentou impor a interpretação extremista do Islão, que incluía ataques a grupos religiosos minoritários e punições severas aos muçulmanos considerados apóstatas.
Os militantes do Estado Islâmico também mataram milhares de membros da minoria yazidi e raptaram milhares de mulheres e crianças, muitas das quais foram sujeitas a abusos sexuais e traficadas como escravas.
Para responder à implementação do Estado Islâmico foi formada uma coligação de mais de 80 países, liderada pelos Estados Unidos, para lutar contra o grupo armado, que perdeu o controlo territórios no Iraque em 2017 e na Síria em 2019.
Apesar das operações internacionais, algumas células armadas do Estado Islâmico continuam presentes em ambos os países e no estrangeiro.
Por outro lado, as autoridades iraquianas afirmam que podem manter a ameaça do Estado Islâmico sob controlo através do desempenho das próprias forças tendo iniciado conversações com os Estados Unidos com o objetivo de terminar a missão da coligação militar.
As conversações surgem numa altura em que aumentam as tensões internas no Iraque sobre a presença militar norte-americana.
Entre outubro do ano passado e o passado mês de fevereiro, um grupo de milícias apoiadas pelo Irão, que se autodenomina Resistência Islâmica no Iraque, lançou vários ataques com 'drones' contra bases onde se encontram tropas norte-americanas no Iraque e na Síria.
Segundo os atacantes foram "ações de represália ao apoio de Washington a Israel" na guerra em curso na Faixa de Gaza e com o objetivo de forçar os militares norte-americanos a retirarem-se do Iraque.
Estes ataques cessaram depois de três soldados dos Estados Unidos terem sido mortos num ataque contra uma base na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, no final do mês de janeiro, o que levou os Estados Unidos a retaliarem militarmente no Iraque.
Na terça-feira, dois oficiais das milícias iraquianas afirmaram ter lançado um novo ataque com 'drones' contra a base aérea de Ain al-Asad, no Iraque.
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