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Coreia do Sul. Empresários em preventiva após incêndio mortal em fábrica

A justiça da Coreia do Sul decretou a prisão preventiva do presidente e do diretor-geral da empresa Aricell, cuja fábrica de baterias foi atingida em junho por um incêndio que matou 23 pessoas.

Coreia do Sul. Empresários em preventiva após incêndio mortal em fábrica
Notícias ao Minuto

06:46 - 29/08/24 por Lusa

Mundo Coreia do Sul

A agência de notícias pública sul-coreana Yonhap informou hoje que o Tribunal Distrital de Suwon, cidade situada a sul de Seul, emitiu a ordem para o CEO da Aricell, Park Soon-kwan, na quarta-feira à noite, e para o filho, Park Joong-eon, diretor da empresa, por violação da lei da segurança e saúde no trabalho, além de negligência no local de trabalho que resultou em morte.

 

Pelo contrário, o tribunal rejeitou o pedido apresentado pelo Ministério Público para a prisão preventiva de dois outros executivos da empresa.

Os procuradores consideram estar provado que o incêndio foi provocado pelo facto de a Aricell ter aprovado o envolvimento de trabalhadores que não possuíam as qualificações necessárias nos processos produtivos.

Além disso, consideram que a rota de evacuação da fábrica, em caso de emergência, foi traçada de forma negligente.

De acordo com o Ministério do Trabalho, esta foi a primeira detenção de um empresário por violação de uma lei promulgada em 2022 que responsabiliza os empregadores por "acidentes graves" no local de trabalho.

Na sexta-feira passada, a polícia da Coreia do Sul concluiu que o incêndio foi o resultado de "falhas grosseiras" na segurança e na qualidade da produção.

A Aricell produzia baterias de lítio para o exército em Hwaseong, a sul da capital, mas vários lotes falharam os controlos de qualidade em abril, pela primeira vez, e o fabricante estava numa corrida contra o tempo para cumprir as encomendas militares e os objetivos de junho, disse a polícia.

A Aricell, que na altura tentava produzir cinco mil baterias por dia, "empregou um grande número de trabalhadores não qualificados para alcançar este objetivo e, em consequência, a taxa de defeitos aumentou consideravelmente", declarou à imprensa Kim Jong-min, da polícia da província de Gyeonggi (norte).

Baterias que libertavam calor excessivo tinham sido detetadas em maio, mas a empresa não as retirou porque as considerava adequadas.

"O acidente foi causado porque a fábrica estava a produzir demasiadas baterias", continuou Kim.

O incêndio matou 23 pessoas, entre as quais 17 chineses, segundo as autoridades sul-coreanas, numa das piores catástrofes industriais dos últimos anos no país.

"Devido a falhas grosseiras, a maioria dos empregados [mortos] foi encontrada do outro lado da saída de emergência, apesar de [um intervalo de tempo de] 37 segundos durante os quais poderiam ter saído, após a primeira explosão, em 24 de junho", acrescentou Kim.

De acordo com a polícia, a Aricell também manipulou dados para cumprir as ordens do exército e contornou os controlos de qualidade desde 2021.

Leia Também: Fogo mortal em fábrica de baterias sul-coreana deve-se a falhas graves

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