PKK admite responsabilidade pelo atentado de quarta-feira em Ancara
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) assumiu hoje a responsabilidade pelo ataque de quarta-feira contra a sede das indústrias de defesa da Turquia, que matou cinco pessoas, além dos dois assaltantes, e feriu outras 22.
© REUTERS/Stringer
Mundo Turquia
"A ação sacrificial cometida contra o complexo da TAI [a sede das indústrias e defesa] em Ancara por volta das 15h30 [13h30 em Lisboa] de quarta-feira, 23 de outubro, foi levada a cabo por uma equipa do 'Batalhão de Imortais'", admitiu o PKK na rede de social Telegram.
A mensagem cita os nomes dos dois assaltantes, um homem e uma mulher, que, entretanto, já tinham sido identificados pelas autoridades turcas como membros do grupo curdo.
A operação foi "planeada há muito tempo", acrescentou o PKK, especificando que não esteve ligada aos recentes desenvolvimentos políticos na Turquia, em que as autoridades tentaram iniciar uma solução negociada para o conflito com os combatentes curdos.
O objetivo era enviar "alertas e mensagens contra as práticas genocidas, massacres e práticas de isolamento do governo turco", afirmou.
Já na quarta-feira, o Governo turco tinha referido ser "altamente provável" que o ataque tivesse sido perpetrado pelo PKK.
Imagens das câmaras de vigilância do local visado mostram o casal a sair de um táxi, cujo motorista mataram a tiro, e a disparar diretamente contra os empregados.
Os funerais das vítimas realizaram-se na quinta-feira, sob a forma de uma homenagem nacional e na presença de representantes governamentais, com os caixões cobertos com a bandeira da Turquia.
Neste contexto, os aeroportos de Istambul decidiram reforçar as medidas de segurança, passando para "alerta laranja" e avisando os passageiros sobre buscas reforçadas.
O exército turco efetuou ataques aéreos desde a noite de quarta-feira, visando "47 alvos [do PKK], incluindo 29 no Iraque e 18 no norte da Síria", que mataram "59 terroristas, incluindo dois altos funcionários", anunciou o Ministério da Defesa.
Segundo uma fonte próxima do Ministério, estas "operações aéreas vão continuar nos próximos dias", visando "grutas, armazéns e instalações utilizadas" pelo PKK.
A luta entre o PKK e a Turquia já custou dezenas de milhares de vidas desde a década de 1980.
A Turquia e os seus aliados ocidentais classificam o PKK como uma organização terrorista.
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