Cuba quase sem energia depois de ilha ser atingida por furacão
Cuba foi fortemente abalada na última noite por um violento furacão de categoria 3, que destruiu a rede elétrica da ilha, derrubou árvores e danificou infraestruturas, mas sem registo, até ao momento, de vítimas.
© REUTERS
Mundo Cuba
O furacão Rafael atravessou uma parte ocidental de Cuba na noite de quarta-feira, a cerca de 75 quilómetros a oeste da capital Havana.
"Toda a parede frontal do edifício caiu", relatou um habitante da ilha, José Ignacio Dimas, que quando regressou do seu trabalho, após um turno noturno, descobriu que o prédio onde vivia no centro histórico da cidade tinha desabado.
Cerca de 50 mil pessoas refugiaram-se em Havana, e milhares de outras fizeram o mesmo nas regiões a sul e a oeste da capital, uma vez que viviam em zonas inundadas ou em casas precárias.
Lázaro Guerra, diretor do Departamento de Eletricidade do Ministério da Energia e Minas, disse, entretanto, que a energia elétrica foi parcialmente restabelecida na região oeste da ilha e que as unidades de fornecimento estão a voltar, aos poucos, a funcionar.
Enquanto a intempérie atravessava Cuba na noite de quarta-feira, abrandou para um furacão de categoria 2 ao atingir o Golfo do México antes de seguir em direção ao México, de acordo com o Centro Nacional de Furacões em Miami.
Ao final da manhã de hoje, o furacão estava localizado a cerca de 320 quilómetros a oeste-noroeste de Havana, com ventos máximos sustentados de 345 quilómetros por hora.
No início da semana, o furacão Rafael passou pela Jamaica e atingiu as Ilhas Caimão, derrubando árvores e linhas de energia e provocando fortes inundações em algumas zonas.
As autoridades da Jamaica estão à procura de um casal visto pela última vez dentro de um carro que foi arrastado pelas cheias, disse a polícia.
Milhares de pessoas na região permaneceram sem energia, enquanto as equipas trabalhavam para restaurar a eletricidade após a tempestade.
Esperava-se que o furacão Rafael continuasse a enfraquecer à medida que atravessa águas abertas e se dirige para o norte do México.
Entretanto, muitos cubanos continuam a tentar reparar danos, depois de algumas semanas difíceis neste país das Caraíbas.
Em outubro, a ilha foi atingida por um duplo golpe: primeiro, foi atingida por apagões que duraram dias, por causa da crise energética; pouco depois, foi atingida por um poderoso furacão que atingiu a parte oriental da ilha e matou pelo menos seis pessoas.
Os desastres naturais aumentaram o descontentamento que já fervilhava em Cuba no meio de uma crise económica, que já levou muitos a emigrar.
As aulas e os transportes públicos foram suspensos em partes da ilha e as autoridades cancelaram os voos de entrada e saída de Havana e Varadero.
Milhares de pessoas no oeste da ilha foram retiradas como medida preventiva.
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