Redução do IRS? IL diz que "é normal" (mas o "alívio é pouco" e tardio)
O líder da Iniciativa Liberal considerou hoje que a decisão do Governo de aplicar já este ano as novas tabelas de retenção na fonte para reduzir o IRS é "normal", mas que é pouco o alívio para os portugueses.
© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
Política Rui Rocha
"Parece-me natural, normal. Parece-me também que é pouco, essa redução, esse alívio do IRS, e que é tarde", disse Rui Rocha durante uma visita à Feira de Santiago, em Setúbal.
"Temos que recordar como é que tudo isto começou, com a AD a anunciar uma redução de 1.500 milhões de euros, que, afinal, já estava em parte, em grande parte feita, e que depois descobriu que [a redução] andava por cerca de 300 milhões", acrescentou.
Rui Rocha lembrou que, depois da polémica sobre o valor da redução do IRS, AD e PS "andaram a discutir durante dois meses se eram dois euros a mais para determinado escalão, três euros a menos", salientando que "o PS entendia que as pessoas que ganham 1.500/1.600 euros são pessoas ricas".
"Agora, quando finalmente o Sr. Presidente da República promulgou, havia outra discussão: se [a redução do IRS] se refletia já este ano nos bolsos dos portugueses, ou se ainda se esperava por um acerto de contas no próximo ano", disse líder da IL.
"Eu não creio que fizesse sentido adiar. O Parlamento decidiu, a própria decisão dizia que tinha efeitos imediatos após a promulgação. E uma coisa é certa: o dinheiro é dos portugueses, o dinheiro está melhor nos bolsos dos portugueses do que no bolso do Estado", acrescentou.
Rui Rocha manifestou ainda preocupação com as contas do país, depois de lembrar que o Governo aprovou vários aumentos na Função Pública, o último dos quais, decidido hoje, no valor de 300 euros para os militares.
"Nós não vamos questionar nenhum desses aumentos porque percebemos que a Função Pública também tem de ser bem remunerada, mas isso põe um desafio ao Governo: temos de olhar para o peso do Estado, porque temos de racionalizar o Estado para depois podermos pagar melhor à função pública, e temos de ter o foco no crescimento do país", advertiu.
"Senão todos estes aumentos depois vão ser ingeríveis, não vai ser possível gerir, e quem vai pagar são sempre os mesmos, portanto precisamos de reduzir o peso do Estado e pôr o país a crescer. É esse o desafio que a AD tem", concluiu o líder da Iniciativa Liberal.
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