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Saúde? "A resolução dos problemas não se faz, infelizmente, num dia"

Governo esteve reunido em Conselho de Ministros e aprovou diferentes diplomas.

Saúde? "A resolução dos problemas não se faz, infelizmente, num dia"
Notícias ao Minuto

15:36 - 08/08/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Conselho de Ministros

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, revelou, esta quinta-feira, que o Governo aprovou em Conselho de Ministros vários diplomas de diferentes áreas, incluindo um investimento de 65 milhões de euros para um centro de atendimento clínico no Porto. Quanto às críticas sobre a situação no Serviço Nacional de Saúde (SNS), assegurou que o Governo está a trabalhar e atribuiu responsabilidades aos "3.050 dias de incapacidade" do anterior Executivo. 

 

Segundo o ministro, este centro no Porto deverá funcionar para os casos considerados menos graves.

"No início desta semana foi aberto um centro de atendimento clínico em Lisboa, em Sete Rios, hoje aprovámos um financiamento de 65 milhões de euros para um centro de atendimento clínico no Porto. É um centro de atendimento para acolher as pulseiras verdes e azuis que pode assim descongestionar as urgências. Como? Através de um acordo e de uma parceria que existia com a Misericórdia do Porto no hospital da Prelada", disse o governante, em conferência de imprensa.

Ainda na área da Saúde, foi anunciada a extinção formal das Administrações Regionais de Saúde (ARS).

O Centro de Atendimento Clínico (CAC) do Hospital da Prelada que visa libertar as urgências hospitalares dos casos não urgentes, abrirá na última semana de agosto, anunciou no início de agosto a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no final de uma visita ao CAC de Lisboa, a funcionar no centro de saúde de Sete Rios.

Em declarações aos jornalistas, a ministra adiantou que, tal como o CAC de Lisboa, o do Porto também irá funcionar entre as 08h00 e as 20h00 todos os dias da semana.

A criação de centros de atendimento clínico para atender situações agudas de menor complexidade e urgência, que funcionarão como "coroa de proteção" aos serviços de urgência hospitalares, consta do Plano de Emergência e Transformação na Saúde do Governo.

"A resolução de problemas não se faz num dia" 

Interrogado pelos jornalistas sobre o silêncio do Governo face aos problemas vividos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e sobre a visita de hoje ao Hospital de Santa Maria, depois de vários dias de caos nas Urgências, Leitão Amaro referiu que "a resolução de problemas não se faz num dia" e apontou responsabilidades ao anterior Executivo.

"A senhora ministra da Saúde esteve há menos de uma semana em Lisboa, em Sete Rios, na abertura de um novo centro de atendimento clínico. Isso é presença e proximidade", começou por referir. 

"A situação encontrada no setor da Saúde é muito difícil, foi uma situação muito delicada em termos de organização, escassez de recursos, incapacidade de resposta. Nós apresentámos um plano de emergência e reestruturação para começar a resolver os problemas. A resolução dos problemas não se faz, infelizmente num dia, mas trabalhamos todos os dias muito intensamente", assegurou.

Desta forma, para realçar que o Governo está a trabalhar, deu nota da criação destes centros clínicos para dar resposta e descongestionar as Urgências e atirou: "Se há progresso em listas de espera, isso resulta de muito trabalho".

"Problemas que são muito difíceis, que são extremamente dolorosos para os portugueses e que merecem da parte do Governo a maior das prioridades, resolvem-se com coragem, com capacidade de fazer, designadamente, encontrado soluções e, naturalmente, ir apresentando resultados", reiterou.

"Este Governo está em funções há pouco mais de quatro meses, infelizmente, e sobretudo nas áreas mais dolorosas e mais dramáticas, como é a Saúde, não conseguimos resolver em quatro meses o enorme problema que foi deixado em 3.050 dias de governo [socialista], mas estamos muito focados, com muito trabalho", apontou ainda.

Novamente interrogado sobre se o Governo não criou uma "expectativa" com o seu Plano de Emergência e Transformação na Saúde e se não foi demasiado ambicioso, voltou a defender que o problema "é sério e grave". 

"Ninguém de boa-fé poderia imaginar, supor, prometer, sugerir que a dimensão do problema, do drama, da desorganização nos sistemas de saúde se pudesse resolver em 60 dias, 70 ou 80. Sempre fomos claros: apresentámos um plano de emergência e de reorganização porque o problema é difícil e estrutural", defendeu o ministro da Presidência.

Leitão Amaro salientou que o executivo minoritário PSD/CDS-PP sempre disse que as medidas deste plano "iam ser implementadas ao longo do tempo, em meses e anos, e que iriam produzir gradualmente resultados".

"A nossa expectativa e compromisso é o de trabalhar todos os dias para encontrar respostas para um problema tremendo que se agravou, se gerou, por 3.050 dias de incapacidade", lamentou.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, visita hoje, acompanhado pelo Presidente da República e pela ministra da Saúde, o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, quando ainda há 1.500 doentes oncológicos a aguardar operação fora do tempo recomendado.

O próximo Conselho de Ministros realiza-se a 22 de agosto, estando prevista a aprovação do diploma sobre o aumento do valor do suplemento de risco para as forças de segurança, depois do acordo alcançado no início de julho com alguns sindicatos da PSP e associações da GNR. O aumento vai até 300 euros, com a subida em 200 euros da componente fixa do suplemento já este ano, seguindo-se mais 50 euros em 2025 e outros 50 euros em 2026.

António Leitão Amaro disse ainda que, nessa reunião, serão também aprovadas medidas de preparação do início do próximo ano letivo.

Este foi o primeiro Conselho de Ministros com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, no Campus XXI, em Lisboa. A primeira reunião de ministros do governo PSD/CDS-PP neste edifício ocorreu em 11 de julho mas sem a presença de Montenegro, que na altura se encontrava na cimeira da NATO, nos Estados Unidos da América.

[Notícia atualizada às 16h55]

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