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INEM? "Deveria existir uma quinta aeronave disponível no Centro"

O presidente da Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica, Paulo Paço, admite, porém, que "os custos com a operação de uma quinta aeronave poderiam ser incomportáveis orçamentalmente". Como alternativa, sugere, "não será de todo descabido termos a capacidade de ter uma aeronave da própria Força Aérea capaz de prestar este tipo de serviço".

INEM? "Deveria existir uma quinta aeronave disponível no Centro"
Notícias ao Minuto

08:09 - 04/09/24 por José Miguel Pires

País INEM

Depois do acidente que deixou inoperacional um helicóptero de resposta médica do INEM, em Mondim de Basto, distrito de Vila Real, na segunda-feira, Portugal ficou com apenas um meio aéreo deste tipo a funcionar 24 horas por dia, sediado em Loulé, no Algarve.

 

Ao todo, o INEM conta com quatro helicópteros de emergência médica, dois dos quais a trabalhar em turnos de 12 horas, trabalhando os restantes o dia inteiro. Foi um destes - sediado em Macedo de Cavaleiros, no Norte do país - que 'tombou' na segunda-feira e ficou, para já, inoperacional.

Ao Notícias ao Minuto, o presidente da Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica, Paulo Paço, admitiu os constrangimentos da atual situação, "desde logo com o facto de que estamos a reduzir exponencialmente a capacidade de providenciar cuidados médicos de emergência avançados durante as 24 horas do dia".

"Estará em risco ainda a capacidade de cobrir, porventura, a totalidade do território nacional durante as 24 horas, até porque estes meios têm uma cobertura limitada e se mantivermos o único meio operacional na sua atual localização, muito dificilmente esta aeronave será capaz de atuar a Norte do país", disse admitindo que o número de helicópteros contratado para cobertura nacional por parte do INEM é "o possível", mas "possivelmente não será suficiente".

"Caberá aos especialistas na matéria avaliar essa situação, no entanto, no nosso entender, deveria existir uma quinta aeronave disponível localizada no Centro do país, para inclusive colmatar eventuais incapacidades operacionais", argumentou, sempre tendo em mente "que os custos com a operação de uma quinta aeronave poderiam ser incomportáveis orçamentalmente".

Para Paulo Paço, "a utilização destes meios por parte do INEM precisa de uma revisão séria e urgente, uma vez que o número de ativações para estes meios atuarem em transporte primário (ida ao local da ocorrência, estabilização e transporte do doente) é bastante inferior ao número de ativações para transporte secundário (transporte de doentes já estabilizados entre unidades de saúde para upscaling de cuidados)".

O presidente da ANTEM afirmou, também, que "a eventual aeronave de reserva para estas situações está neste momento a ser intervencionada para manutenção e caberá à Avincis apresentar uma solução que se quer célere, mas que tememos poderá demorar tempo demais para os portugueses que eventualmente venham a necessitar deste meio".

Para o futuro, Paulo Paço considera que "as medidas necessárias para evitar este tipo de constrangimentos estarão contempladas nos contratos celebrados entre as entidades".

"Pensamos que não será de todo descabido termos num futuro próximo a capacidade de ter uma aeronave da própria Força Aérea capaz de prestar este tipo de serviço, mas obviamente que estas questões deverão ser analisadas pelas autoridades competentes e deverão ser precavidas todas as eventualidades", concluiu.

Ao aterrar junto a uma pedreira em Atei, Mondim de Basto, o helicóptero do INEM em questão - onde seguiam quatro tripulantes (piloto, co-piloto, um médico e um enfermeiro) - levantou uma nuvem de pó, colidindo com árvores no local e tombando. 

O acidente aconteceu às 12h55 de segunda-feira e a aeronave já foi retirada do local. A investigação às causas do acidente será feita pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).

O helicóptero ficou inoperacional e o contrato que o INEM fez com a empresa Avincis previa a substituição do aparelho em 24 horas. A empresa explicou, no entanto, que o helicóptero de reserva que serviria para fazer essa substituição está a ser alvo de uma manutenção programada, pelo que não foi possível restaurar o serviço no prazo referido.

Leia Também: Concluída operação de retirada do helicóptero do INEM em Mondim de Basto

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