Ventura recusa extrapolar resultados das Europeias para as Legislativas
O líder do Chega, André Ventura, reconheceu hoje que o partido não alcançou o objetivo nas europeias, assumiu a responsabilidade, e recusou que o resultado destas eleições possa ser extrapolado para legislativas.
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Política Europeias
"Quando estas eleições começaram, eu estabeleci um objetivo, o objetivo do Chega era vencer estas eleições", afirmou, indicando que o partido "não atingiu nestas eleições os seus objetivos".
Discursando no final da noite eleitoral, num hotel em Lisboa, o presidente do Chega salientou que o partido continua como terceira força política e conseguiu eleger dois eurodeputados naquela que foi a primeira vez que se apresentou a eleições europeias.
"Sou eu o único responsável desse resultado. Quero deixar claro ao país, ao país político, que não pense que pode extrapolar destas eleições resultados de eleições legislativas ou de outras", indicou.
"Enquanto não ganharmos nunca será bom para nós", acrescentou.
André Ventura garantiu que "depois de 10 de março", data das últimas legislativas, "o Chega entra em todas as eleições para vencer" e salientou que "amanhã o Chega começa a trabalhar para vencer, cedo ou tarde, o Governo de Portugal".
O presidente do Chega considerou que esta noite é para celebrar os eurodeputados eleitos" e deixou uma garantia: "Quero deixar a todos, todos, todos a garantia pessoal e intransmissível que esta é mais uma etapa do caminho. Nada nem ninguém se intrometerá num caminho que só acabará com a vitória do Chega nas eleições".
Já em declarações aos jornalistas enquanto deixava a sala onde discursou, Ventura defendeu que "é impossível falar de uma derrota" e voltou a recusar que o resultado das legislativas (18,07%) tenha sido um epifenómeno.
"Não ganhámos, eu sou o primeiro e o único responsável por isso. A partir de amanhã, continuarei a trabalhar para poder vencer as eleições em Portugal. Agora, não vou dizer que tivemos a vitória que não tivemos", salientou.
Questionado se este resultado (9,79%, de acordo com os resultados provisórios) foi um castigo dos eleitores por o Ventura ter votado algumas propostas ao lado do PS na Assembleia da República, o líder do Chega recusou e assinalou que a eleição de domingo foi para o Parlamento Europeu.
"São eleições completamente diferentes, votou muito menos gente, não se estava a escolher o candidato a primeiro-ministro. O Chega continua com 50 deputados na Assembleia da República, mantém-se com terceira força política, ao contrário do que as sondagens indicavam, mas não ganhámos", defendeu.
Sobre a leitura que este resultado poderá ter na altura de votar o Orçamento do Estado, André Ventura disse que "o Chega mantém a sua firmeza de posições" e vai "manter a mesma linha".
"Foi essa linha que nos levou aos resultados de vitória, e nós não nos deixamos afetar por um resultado que não foi uma vitória assim tão grande", indicou.
Questionado sobre a família política que o Chega vai integrar no Parlamento Europeu, André Ventura adiantou que "vai haver uma reunião em Bruxelas, na quarta-feira, de líderes do ID", onde espera participar, prometendo novidades a partir desse dia.
O líder do Chega considerou também que o partido de Marine Le Pen teve "um grande resultado" e disse já ter tido a oportunidade de felicitar a francesa, bem como dirigentes de outros partidos da mesma família política, pelo resultado. Ao contrário de Marta Temido e do PS.
A sala do hotel que o Chega escolheu para acompanhar a noite eleitoral esteve com bastantes jornalistas e poucos apoiantes ao longo da noite e em relativo silêncio, tendo ficado mais composta quando André Ventura e Tânger Corrêa apareceram, depois de terem passado a noite numa outra zona do hotel, com a sua comitiva mais próxima.
Nesse momento, os apoiantes e dirigentes do Chega, com bandeiras no ar, gritaram por Ventura, nunca se tendo ouvido chamar pelo cabeça de lista.
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