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"Hipocrisia" ou "importantes"? As reações às sete medidas de Montenegro

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, encerrou o 42.º Congresso do PSD com o anúncio de sete novas medidas que se aplicam em âmbitos como a imigração, a segurança e a disciplina de cidadania nas escolas. Partidos acusam o Governo de "hipocrisia" e de um "discurso extremista" e mostram preocupação com a "ausência de medidas boas para o país".

"Hipocrisia" ou "importantes"? As reações às sete medidas de Montenegro
Notícias ao Minuto

09:26 - 21/10/24 por Notícias ao Minuto

Política Congresso do PSD

O líder do PSD, Luís Montenegro, apresentou sete medidas no encerramento do 42.º Congresso do partido, este domingo, revelando mudanças em assuntos como a segurança, aumento de apoios, educação, a distribuição de medicamentos hospitalares em farmácias e a construção de centros de acolhimento para imigrantes.

 

Montenegro revelou mudanças na segurança, com a criação de "equipas multi-forças" para combater "sem tréguas" a "imigração ilegal". Para além disso, revelou que o Executivo assinará um "acordo histórico" de água com Espanha "já esta semana".

O primeiro-ministro anunciou, também, o aumento dos apoios destinados às vítimas de violência doméstica, "um crime indesculpável".

A juntar a estas novas medidas, a capital vai ter um "grande projeto de reabilitação da Área Metropolitana de Lisboa" para unir as duas margens, isto é, o "arco Ribeirinho" será reabilitado e renomeado para Parque Humberto Delgado.

Também na educação, o Governo pretende "expandir a oferta pública, privada e social" com novos contratos de associação no ensino pré-escolar, e ainda os programas de ensino básico e secundário serão revistos. Esta revisão inclui a disciplina de Cidadania e a ideia é reforçar o "cultivo dos valores constitucionais" de forma a libertar "a disciplina das amarras a projetos ideológicos ou de fação".

Ainda durante a apresentação das medidas, Montenegro anunciou que "cerca de 150 mil doentes" vão ter a possibilidade de receberem os medicamentos na farmácia mais perto de casa.

A terminar o anúncio, o primeiro-ministro voltou a debruçar-se sobre o tema da imigração e, contemplou a construção de "dois centros de instalação temporária em Lisboa e no Porto" para "acolher casos de imigração ilegal ou irregular" e o lançamento de "um programa de atração de talento no estrangeiro", para empresas e instituições de ensino superior portuguesas.

Polícia

Polícia "multiforças" e mudanças na escola. As 7 medidas de Montenegro

O discurso de Montenegro marcou o encerramento do 42.º Congresso do PSD.

Cátia Carmo | 13:45 - 20/10/2024

"Uma tremenda hipocrisia" ou "medidas importantes"?

A oposição esteve presente durante a apresentação das medidas - apenas o Bloco de Esquerda não marcou presença - e foi elogiada pelo primeiro-ministro por “expressar maturidade” da democracia portuguesa.

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, foi uma das vozes críticas do primeiro-ministro, acusando que "o PSD não precisa de se coligar com o Chega, se já se coligou com as suas ideias", lê-se numa publicação na rede social X.

A crítica chega dias após o líder do PS ter anunciado a sua intenção em relação ao Orçamento do Estado (OE) para 2025, revelando que vai propor à Comissão Política Nacional a viabilização através da abstenção.

PSD

PSD "já se coligou com ideias" do Chega, atira Pedro Nuno Santos

Pedro Nuno Santos reagiu ao discurso do presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Notícias ao Minuto | 16:43 - 20/10/2024

Também a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, reagiu às medidas anunciadas e reiterou que "a aliança que apoia o Governo está a tentar apropriar-se do discurso da extrema-direita e uma das áreas em que o está a fazer é na segurança. A outra área é a imigração", mostrando-se preocupada com a "ausência de medidas boas para o país".

Mais polícia na rua?

Mais polícia na rua? "Governo apropria-se do discurso da extrema-direita"

Alexandra Leitão criticou o discurso com que Luís Montenegro encerrou o Congresso do PSD.

Cátia Carmo | 14:48 - 20/10/2024

Por sua vez, o líder do Chega, André Ventura, debruçou-se também sobre as ideias apresentadas por Luís Montenegro e apontou "uma tremenda hipocrisia". Referiu que "o Governo, percebendo o crescimento do Chega no país, decide anunciar uma série de bandeiras do Chega, sem, porém, assumir como as concretizará ou negando que votou contra elas nas semanas anteriores, no Parlamento".

Governo anuncia

Governo anuncia "bandeiras do Chega", mas nega "que votou contra elas"

O líder do Chega acusou hoje o primeiro-ministro de hipocrisia por anunciar medidas que são bandeiras do seu partido, quando o PSD as rejeitou na Assembleia da República, e acusou Luís Montenegro de ser "muleta do PS".

 Lusa | 17:40 - 20/10/2024

Contra a maré, surgiu o presidente do CDS-PP, que integra o Governo do PSD, Nuno Melo, que recusou haver uma aproximação da Aliança Democrática (AD) ao Chega e defendeu que estas assinalam "medidas que são importantes para Portugal". Sublinhou, ainda, que "a escola deve ser um espaço de ensino, é para isso que serve, também no que tem a ver com cidadania, a ideologia deve ficar do lado de fora do portão".

"Aproximação". CDS congratula-se com alterações à disciplina de Cidadania

O CDS congratulou-se hoje com as alterações à disciplina de Cidadania anunciadas pelo primeiro-ministro no discurso de encerramento do congresso do PSD enquanto a Iniciativa Liberal criticou a falta de ambição demonstrada pelo Governo.

 Lusa | 15:54 - 20/10/2024

Ausentes do congresso, mas atentos à mensagem que foi transmitida, o Bloco de Esquerda (BE) definiu o anúncio como "o cartão de visita do PSD". A coordenadora do BE, Mariana Mortágua sustentou que "um Governo que aproveita a boleia do PS no Orçamento para fazer um discurso tão extremista que é elogiado pelo Chega. É disto que se trata, um Governo que à boleia do PS faz um discurso tão extremista que ganha o elogio do Chega. Foi isto mesmo que aconteceu no congresso do PSD".

Governo

Governo "aproveita boleia" do PS no OE para "ganhar elogio" do Chega

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou hoje nos Açores que o Governo da República "aproveita a boleia do PS" para "ganhar o elogio do Chega", assinalando que foi esse o cenário que aconteceu no congresso do PSD.

Lusa | 19:28 - 20/10/2024

Por sua vez, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP Belmiro Magalhães referiu que a reunião ficou marcada por "uma vontade muito grande de continuar a zelar pelos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros". Vincou também que a questão da cidadania não é prioritária e "que a escola pública precisa é de mais professores, mais auxiliares, investimento nos próprios edifícios da escola" .

Já o dirigente do núcleo do Porto do Livre Hélder Sousa referiu "uma aproximação do discurso do PSD ao discurso da extrema-direita" e foi outra voz que manifestou preocupação com a "reconfiguração da disciplina de cidadania", destacando que não houve "nada sobre combate às desigualdades".

A dirigente do PAN Sandra Pimenta considerou que Montenegro não apresentou "medidas inovadoras" ou que "realmente vêm dar resposta aos problemas diários dos portugueses e das portugueses" e lamentou a "visão retrógrada, provavelmente influenciada pela coligação que se apresentou a estas eleições".

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PSD deixou "principais problemas" de fora e anunciou "mão cheia de nada"

O PCP considerou hoje que os principais problemas do país ficaram de fora do Congresso do PSD, enquanto o Livre viu uma aproximação ao discurso da extrema-direita e o PAN defendeu que foi anunciada "uma mão cheia de nada".

Lusa | 15:35 - 20/10/2024

Por sua vez, o líder da Iniciativa Liberal (IL) Rui Rocha defendeu que o Orçamento do Estado para 2025 "parece mesmo o primeiro orçamento socialista da nova legislatura", em que o PS consegue aprovar mais um documento "mesmo não estando no poder" e defendeu que a IL "é o único partido que tem capacidade para puxar o país para o desenvolvimento económico e para uma via de descida de impostos para todos". 

Iniciativa Liberal compara PSD e PS a casal com propostas

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O líder da Iniciativa Liberal comparou hoje o PSD e o PS a um casal que, por estarem há tanto tempo juntos, têm diferenças cada vez menores, pelo que o Orçamento do Estado para 2025 é muito semelhante.

 Lusa | 16:27 - 20/10/2024

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