O segredo das pessoas que perdem peso e nunca mais o recuperam
Sim, é possível vencer o efeito ioiô, o grande inimigo de quem deseja perder os quilos extras.
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Lifestyle Corpo de verão
É verdade é que é extremamente difícil manter o peso depois de fazer dieta.
Então, mas será que não há esperança para quem quer perder aqueles quilos a mais e manter-se elegante a longo prazo?
Sim, há. Todavia, esses indivíduos têm de enfrentar um processo extremamente complexo, já que as hormonas que compõe o corpo humano ‘unem-se’ para recuperar o peso perdido.
“Quando são reduzidas as calorias da dieta, aumenta a concentração de hormonas como a grelina, que está envolvida no aumento da ingestão de alimentos (ela é produzida no estômago para avisar o cérebro de que o corpo necessita de comida), e há uma redução nas concentrações de hormonas como o PYY, o CCK, a leptina e a insulina. Além disso, diminui o gasto energético basal (as calorias que o organismo consome em repouso), de modo que o corpo usa menos energia para manter seus processos biológicos. A soma do aumento de apetite e redução do gasto energético torna muito difícil manter o peso a longo prazo”, explica a endocrinologista Nuria Vilarrasa, coordenadora da área de Obesidade da Sociedade Espanhola de Endocrinologia e Nutrição, em declarações à publicação El País. Mas nada é impossível.
Seguir uma dieta baixa em hidratos de carbono ajuda?
Ultimamente fala-se muito acerca dos efeitos benéficos da dieta cetogénica para não engordar — conhecida também como keto. Essa abordagem para controlar o peso ganhou destaque com a publicação de um trabalho do Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard, dirigido pelo especialista na relação entre alimentos e hormonas David Ludwig.
Segundo o cientista, o tipo de calorias que ingerimos é mais importante do que o número. Para o especialista, uma dieta baixa em hidratos de carbono funciona quando pretendemos manter o peso a longo prazo “porque a redução dos carboidratos aumenta o gasto de energia”.
Contudo, o nutricionista Néstor Benítez, coordenador do grupo de especialização em Nutrição Clínica e Dietética da Academia Espanhola de Nutrição e Dietética, lembra que avaliar se vale a pena seguir esse plano alimentar é algo que deve ser feito de maneira individualizada, por esse regime alimentar não é apropriado para todos.
Benítez não é o único nutricionista que se mostra cauteloso com esse método de manter o peso ideal a longo prazo. Muitos têm dúvidas porque há estudos que alertam para os perigos de não ingerir carboidratos. Entre os riscos, destacam que essa abordagem deixa de lado as vitaminas, os minerais e as fibras, e em alguns casos provoca prisão de ventre e mau hálito, sintomas inequívocos de um processo biológico conhecido como cetose. Além disso, não é uma dieta fácil de manter, podendo ser bastante agressiva, já que costuma incluir a prática de jejum. Por fim, o peso diminui porque o corpo recorre às reservas de gordura, que são finitas e também desempenham funções biológicas.
Para Benítez, a alimentação que fará com que não voltemos a recuperar o peso perdido não está contida em nenhuma dieta, o importante é aprender a comer e desenvolver hábitos de vida saudáveis, ou seja, adotar um novo estilo de vida.
Necessitamos de seguir rotinas que possamos manter a vida toda, e isso consegue-se, segundo a maioria dos especialistas, seguindo a tão popular e tão nossa dieta mediterrânica, um tipo de alimentação muito variada que, além de ser fácil de manter a longo prazo, segundo estudos científicos, acelera o metabolismo, o que significa que o corpo queima até 20% a mais de calorias por dia.
Além da dieta mediterrânea, é interessante conhecer os resultados de um estudo prospectivo do Registro Nacional de Controle de Peso dos Estados Unidos (NWCR). O relatório analisa o estilo de vida mantido durante cinco anos e meio por pacientes que tinham perdido bastante peso após uma dieta. O resultado foi que todos eles ingeriam poucas calorias, controlavam as porções, consumiam poucas gorduras, mais proteínas, não não abdicavam do pequeno-almoço, faziam exercício físico durante uma hora por dia e pesavam-se regularmente. O trabalho revelou como é importante não abandonar a balança, um instrumento que ajudou as pessoas estudadas a monitorizarem-se periodicamente e a não ultrapassar aquela linha vermelha que elas próprias haviam estabelecido.
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