A sombria História da passadeira

Se alguma vez olhou para uma passadeira e pensou: "Isso parece tortura", talvez tenha interesse em saber que é exatamente assim que foi planeado. Embora a passadeira moderna se destine a servir o propósito benigno de melhorar a aptidão cardiovascular, as passadeiras antigas eram usadas como método de tortura em prisões em todo o mundo.

Veja esta galeria para descobrir como a passadeira passou de instrumento de tortura de prisão a aparelho de ginástica popular.

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Origens no século XIX Para quem já experimentou a monotonia infinita de caminhar ou correr sobre uma passadeira, não será nenhuma surpresa que o dispositivo tenha sido originalmente usado como um instrumento de tortura na prisão!

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Origens no século XIX A passadeira foi criada em 1818 pelo inventor inglês William Cubitt. Nessa época, as prisões inglesas eram conhecidas pelas suas péssimas condições e métodos de punição desumanos.

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Prisões pré-reforma Os métodos mais comuns de punição incluíam execução e deportação. Aqueles que tinham a sorte de permanecerem nas prisões eram confinados a celas minúsculas.

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Prisões pré-reforma

Grupos religiosos, filantropos e figuras influentes como Charles Dickens procuraram acabar com essas condições atrozes e fizeram campanha por um sistema prisional mais reformativo.

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Um castigo mais humano A passadeira foi inventada e adotada como um método de punição mais humano. Grupos de prisioneiros andavam sobre uma grande roda com 24 raios, às vezes até oito horas por dia.

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Duplo propósito A ideia era que ser submetido a trabalhos forçados ajudaria na reabilitação. Também havia a vantagem de a força mecânica produzida pela passadeira bombear água ou moer milho.

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Duplo propósito Às vezes, a passadeira também alimentava moinhos de vento, daí o nome do dispositivo em inglês (treadmill).

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Tortura Embora mais humano do que a execução, como punição, a passadeira era muito cansativa. Estima-se que o prisioneiro típico passava seis horas por dia na máquina.

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Uma tendência global A esteira tornou-se cada vez mais popular nas prisões inglesas e o seu uso como método de punição rapidamente se espalhou pelo Império Britânico e pela América.

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Uma tendência global Em 1824, o guarda prisional de Nova Iorque James Hardie afirmou que o aparelho o ajudava a colocar os prisioneiros na linha, citando a eficácia da sua "estabilidade monótona".

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O fim das passadeiras nas prisões

As passadeiras nas prisões duraram apenas até ao final do século XIX. Na Inglaterra, foram proibidas por serem “excessivamente cruéis” pela Lei da Prisão (1898).

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O regresso A passadeira voltou, é claro, e o seu ressurgimento foi graças ao aumento das doenças cardíacas entre os cidadãos americanos no início do século XX.

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Uso médico Em 1910, a incidência das doenças cardíacas tinha superado a da tuberculose, pneumonia e gripe, ocupando o primeiro lugar na lista de doenças que matam o maior número de norte-americanos.

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Uso médico Os médicos que tentavam descobrir como reduzir o número de mortes por doenças cardíacas cedo perceberam que precisavam de uma maneira de aumentar lentamente os batimentos cardíacos de um paciente, a fim de detetarem irregularidades.

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Dr. Robert Bruce No final dos anos 1940, um certo Dr. Robert Bruce ligou um motor ajustável a uma passadeira semelhante a um "dispositivo de exercício para cães" que tinha sido patenteado por John Richards em 1939.

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Dr. Robert Bruce Ligando os pacientes a um eletrocardiograma e pondo-os a andar numa passadeira, Bruce podia detetar irregularidades no ritmo cardíaco. Este protocolo forma a base dos testes de stress cardíaco atuais.

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Dr. Kenneth Cooper Outro médico a usar a passadeira foi o Dr. Kenneth Cooper, um ex-médico do Exército e da Força Aérea que a usou para testar problemas cardíacos em pacientes na sua clínica em Dallas.

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A moda da corrida O Dr. Cooper também acreditava em exercícios que aumentavam a frequência cardíaca como uma ótima maneira de evitar doenças. Em 1968, publicou um livro de exercícios chamado Aeróbica, que se concentrava na corrida.

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A moda da corrida

A corrida tornou-se muito popular na década de 1970, em parte graças ao livro do Dr. Cooper e em parte devido a uma série de atletas famosos que faziam a corrida parecer apelativa.

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Steve Prefontaine Um exemplo de um desses atletas é Steve Prefontaine, cujo culto de corredores cresceu rapidamente depois de ele ter morrido num trágico acidente de carro em 1975.

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Bill Staub Um indivíduo em particular que ficou obcecado com a corrida era o engenheiro mecânico Bill Staub, que estava ansioso para atingir a cobiçada milha de oito minutos de Cooper (na foto).

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O nascimento da PaceMaster

Mas durante o seu treino, Staub ficou frustrado com a grande dificuldade de correr durante o inverno. Na altura, não existiam realmente passadeiras exceto nas salas de exames médicos.

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O nascimento da PaceMaster E mesmo as que existiam para fins médicos eram volumosas, caras e não eram realmente planeadas ou adequadas para o uso diário comum.

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O nascimento da PaceMaster

Então, Staub começou a criar uma passadeira que pudesse ser usada em casa (os ginásios não eram muito comuns nessa época), e assim nasceu a PaceMaster.

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A passadeira moderna

Quando a empresa de Staub fechou em 2010, tinha vendido dezenas de milhares de passadeiras. Infelizmente, isso não conseguia competir naquilo que se tinha tornado um mercado muito competitivo.

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A passadeira moderna

Todos os anos se vende um enorme número de passadeiras, sendo que são de longe a máquina de exercício mais popular tanto em lares como em ginásios.

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A passadeira moderna

De acordo com a Sports and Fitness Industry Association, em 2017 as vendas de passadeiras caseiras eram de 999,8 milhões de dólares e as vendas de passadeiras para ginásios de 348,9 milhões de dólares.

(TEDEd) (New York Times)

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