Mulheres transexuais são altamente vulneráveis à Monkeypox
A Fundação de Luta Contra as Infeções e o Hospital Germans Trias, em Barcelona, Espanha, identificaram as mulheres transexuais como um grupo altamente vulnerável à varíola dos macacos e que requer uma abordagem especial.
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A investigação, resultado de uma colaboração entre investigadores de países africanos, Europa, Estados Unidos, e liderada pelo infeciologista Oriol Mitjà, foi publicada na revista The Lancet e representa uma abordagem detalhada à varíola dos macacos, analisando as vias de transmissão e as possibilidades de tratamento.
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A doença registou um surto em Espanha, agora a diminuir, mas ainda está ativa na América Latina e África.
Os investigadores também analisaram o risco de morte em doentes com imunossupressão grave, especialmente em pessoas com infeção incontrolada pelo VIH, mais frequente em países de baixos rendimentos.
O estudo analisa ainda como diagnosticar e tratar mais rapidamente pessoas em risco e estratégias alternativas para as pessoas que não respondem ao tratamento de primeira linha com o antiviral Tecovirimat.
No âmbito do projeto, os investigadores analisaram pela primeira vez a doença nas mulheres, para permitir um melhor diagnóstico.
Enquanto a varíola dos macacos afetou até agora principalmente homens que fazem sexo com homens, as mulheres (cisgénero e transgénero) constituem uma percentagem de pessoas infetadas a ter em conta para uma abordagem abrangente e inclusiva da epidemia.
O estudo demonstra que as mulheres transgénero com varíola dos macacos se dedicam em maior proporção ao trabalho sexual do que as mulheres cisgénero com a doença, e estão, portanto, em maior risco de transmissão sexual. No universo destes casos, 57% estão infetados com o VIH.
Os dados sobre a infeção do vírus Monkeypox em mulheres cisgénero realçam o risco de transmissão não sexual, que deve ser tido em conta no diagnóstico de casos suspeitos.
"Ambas as publicações serão muito úteis para antecipar a evolução da varíola dos macacos através de um melhor diagnóstico e tratamento da doença, tanto em homens como em mulheres", disse Mitjà.
Após os resultados obtidos em mulheres transexuais, a investigadora destacou serem "um grupo altamente vulnerável, que deve ser objeto de uma abordagem particular".
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