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Tailândia atribui cidadania a três jovens e treinador resgatados da gruta

Apesar de terem nascido na Tailândia, Pornchai Kamluang, Mongkhol Boonpiam e Adul Sam-on eram considerados 'sem-Estado' e viviam no país ilegalmente.

Tailândia atribui cidadania a três jovens e treinador resgatados da gruta
Notícias ao Minuto

08:42 - 09/08/18 por Sara Gouveia

Mundo Governo

Três dos jovens jogadores de futebol e o seu treinador, Ekkapol Chantawong, que ficaram retidos na gruta no norte da Tailândia durante cerca de três semanas tiveram, esta quarta-feira, a sua cidadania atribuída. 

Apesar de terem nascido na Tailândia, Pornchai Kamluang, Mongkhol Boonpiam e Adul Sam-on eram considerados 'sem-Estado' e viviam no país ilegalmente.

Essa ausência de cidadania oficial privava-os de benefícios e direitos básicos, como, por exemplo, de viajarem para fora de Chiang Rai, a província a norte do país onde vivem, uma  zona conhecida por acomodar várias minorias étnicas com raízes no país vizinho, a Birmânia.

"Hoje todos vocês ganham cidadania tailandesa", anunciou Somsak Khanakham, o autarca da área de Mae Sai, citado pelo The Guardian, numa cerimónia que teve lugar esta quarta-feira e onde lhes foram entregues os novos cartões de cidadão.

Segundo o responsável, o "incidente dos Wild Board" [o nome da equipa de futebol a que pertencem] não teve nada a ver com a tomada de decisão de lhes atribuir cidadania, garantindo que eles apenas estavam qualificados para que isso acontecesse. Os rapazes já se tinham candidatado antes de ficarem presos na gruta.

"Há muita gente de nasceu na Tailândia mas que ainda não recebeu cidadania", explicou ainda.

Além dos três jovens e do treinador outro membro da equipa, que não esteve na gruta, recebeu o cartão de cidadão.

Os apátridas na Tailândia não podem votar, comprar terras, encontrar emprego legal, trabalhar em determinadas profissões ou mesmo viajar livremente.

Segundo estatísticas governamentais há mais de 488 mil pessoas ilegais registadas para obter cidadania no país. Mas de acordo com o International Observatory on Statelessness, o número real poderá ser fixar-se em 3,5 milhões.

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