Mais de 100 ONG pedem ao Bahrein a libertação de opositor Nabeel Rajab
Mais de uma centena de organizações de defesa dos direitos humanos apelaram hoje ao Bahrein para "libertar imediatamente" o opositor Nabeel Rajab, após um parecer da ONU que classifica a sua detenção de "arbitrária e discriminatória".
© Reuters
Mundo Apelo
"Pela segunda vez desde 2013", o Grupo de Trabalho sobre a Detenção Arbitrária (GTDA) das Nações Unidas considerou num parecer divulgado a 13 de agosto que a detenção de Rajab é "arbitrária e discriminatória", indica o comunicado conjunto de 127 daquelas organizações, entre as quais a Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH).
Classificando o parecer de "histórico", as organizações apelam ao "governo do Bahrein para libertar imediatamente" o opositor xiita Nabeel Rajab, detido desde junho de 2016, e retirar as acusações contra ele.
Rajab, 53 anos, secretário-geral adjunto da FIDH, presidente do Centro para os Direitos Humanos do Bahrein e diretor do Centro dos Direitos Humanos do Golfo, cumpre uma pena de cinco anos de prisão por mensagens que escreveu na rede social Twitter.
O ativista é um dos três candidatos ao prémio de direitos humanos Vaclav Havel 2018 - com Rosa María Payá (Cuba) e Oyub Titiev (Rússia) - atribuído pelo Conselho da Europa e cujo vencedor será anunciado a 08 de outubro em Estrasburgo.
"O facto de terem passado mais de quatro anos" desde o primeiro parecer do GTDA "sem medidas corretivas e do Bahrein ter continuado a processá-lo (a Rajab) e a outros ativistas (...) demonstra a tendência do governo para desprezar os órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos", consideram as organizações.
"Exortamos as autoridades a libertarem todos os outros defensores dos direitos humanos arbitrariamente detidos no Bahrein e a garantir em qualquer circunstância a sua saúde física e psicológica", adiantam.
Após manifestações da maioria xiita em 2011, a dinastia sunita no poder no Bahrein reforçou a repressão contra os seus representantes que pedem reformas. Movimentos de oposição foram proibidos e dezenas de dissidentes foram detidos ou foi-lhes retirada a nacionalidade.
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