Aumenta lista de personalidades que anula presença em evento em Riade
Pelo menos duas dezenas de personalidades cancelaram, até hoje, a participação num evento económico organizado pelo fundo soberano da Arábia Saudita, agendado para 23 a 25 de outubro em Riade, devido ao caso do desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi.
© Reuters
Mundo Jamal Khashoggi
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, o ministro francês da economia, Bruno Le Maire e o ministro das finanças holandês, Wopke Hoekstra, juntaram-se hoje à lista dos participantes que cancelaram a deslocação a Riade, desde que se tornou publico o caso do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, critico do regime, alegadamente assassinado no consulado saudita em Istambul, na Turquia.
A diretora do fundo monetário internacional (FMI), Christine Lagarde, e o presidente da BNP Paribas, Jean Lemierre também já anunciaram que não vão comparecer no fórum económico "Future Investment Initiative".
Os presidentes executivos das financeiras Viacom, BlackRock, Blackstone, JPMorgan Chase e Standard Chartered também cancelaram a sua presença o evento, assim como os diretores do banco Société Générale e da London Stock Exchange.
O evento, que serve entre outros para realçar as reformas económicas lançadas pelo príncipe herdeiro Mohammed ben Salmane, também já não conta com outros agentes do setor financeiro como HSBC, Crédit Suisse e MasterCard, que estavam entre os oito "parceiros estratégicos" da conferência, segundo a agência francesa AFP.
Na área das tecnologias, anularam a presença no evento os presidentes da Uber e da Ford, a diretora do ramo "cloud" da Google e o milionário britânico fundador do grupo Virgin.
Vários grupos mediáticos (CNN, Bloomberg, The Economist, The New York Times, CNBC ou ainda a Financial Times) também anularam a participação dos seus dirigentes ou jornalistas em mesas-redondas do evento.
No dia 02 de outubro, Jamal Khashoggi foi visto a entrar no edifício do consulado saudita em Istambul, onde ia pedir documentação para o seu casamento com uma cidadã turca, e não chegou a sair.
O diário The New York Times e a estação televisiva CNN noticiaram na segunda-feira que a Arábia Saudita planeia reconhecer que o jornalista morreu sob a sua custódia no consulado, numa operação cujo controlo lhe escapou, um interrogatório que "correu mal", mas que tentará distanciar dos acontecimentos a cúpula do reino.
Segundo o diário nova-iorquino, cinco dos supostos 15 envolvidos no caso são próximos do príncipe herdeiro.
Na terça-feira, a CNN noticiou, citando uma fonte turca, que Jamal Khashoggi foi mesmo assassinado dentro do consulado saudita de Istambul há duas semanas e que o seu corpo foi depois desmembrado para ser retirado do edifício.
A polícia turca está a investigar o caso tendo já feito buscas no consulado e na residência do cônsul saudita, Mohammad Al-Otaibi, que, segundo a imprensa turca, estava presente no consulado quando Khashoggi foi morto.
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