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Líder religioso pede união aos sauditas para lutar contra "calúnias"

Um líder religioso da Arábia Saudita apelou hoje à união de todos os sauditas para lutar contra as "calúnias" e "acusações" que têm visado Riade, na sequência do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi.

Líder religioso pede união aos sauditas para lutar contra "calúnias"
Notícias ao Minuto

17:43 - 19/10/18 por Lusa

Mundo Jamal Khashoggi

"As acusações, denúncias e as campanhas mediáticas ofensivas não impedirão (a Arábia Saudita) de se concentrar nos seus princípios e fundamentos", afirmou o xeque Abdel Rahmane Sudais, o imã da Grande Mesquita de Meca (cidade que é considerada como o sítio mais sagrado do Islão) durante a oração de sexta-feira (o dia principal da religião muçulmana).

"A Arábia Saudita [reino de maioria sunita] apoia-se em Deus, na sabedoria dos seus líderes, bem como na coesão dos seus filhos, os únicos capazes, para enfrentar as falsas acusações", defendeu o líder religioso.

O imã frisou que a Arábia Saudita está a ser alvo de uma campanha e que essa campanha é "provocatória para os mais de mil milhões de muçulmanos no mundo".

Ainda sobre a campanha que tem visado Riade, o xeque Abdel Rahmane Sudais afirmou que "a especulação deve ser evitada" e que as posições sobre o caso do jornalista Jamal Khashoggi "não devem ter mentiras como base".

O reino da Arábia Saudita está a ser alvo de uma forte pressão internacional após o desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi, um reconhecido crítico do poder em Riade e do seu atual homem forte, o príncipe herdeiro Mohammed ben Salmane.

Jamal Khashoggi, que estava exilado nos Estados Unidos desde 2017, desapareceu no passado dia 02 de outubro depois de ter entrado no consulado saudita em Istambul, Turquia, para tratar de questões administrativas.

O jornalista não foi visto desde então.

Um jornal turco pró-governamental revelou esta semana ter gravações de áudio realizadas no interior do consulado, avançando que Jamal Khashoggi, colaborador do jornal norte-americano The Washington Post, tinha sido torturado e desmembrado por agentes sauditas no mesmo dia do seu desaparecimento.

A Arábia Saudita nega qualquer envolvimento no desaparecimento do jornalista, adiantando que ele deixou a missão diplomática pelo próprio pé. No entanto, Riade não apresentou qualquer prova que sustente tal teoria.

No âmbito da investigação do desaparecimento do jornalista, as autoridades turcas recolheram testemunhos de mais de uma dezena de funcionários turcos do consulado da Arábia Saudita em Istambul, bem como realizaram buscas nas instalações da missão diplomática e na residência do cônsul saudita.

Uma fonte turca, que falou sob anonimato, disse hoje que as autoridades turcas estão a investigar a possibilidade de os restos mortais do jornalista saudita terem sido enterrados numa floresta da Turquia, local ao qual, na quinta-feira, foram alargadas as buscas.

Perante tal contexto, a Arábia Saudita lançou uma contracampanha para transformar este caso numa causa nacional, cujo principal objetivo é contrariar "uma conspiração estrangeira" contra Riade, segundo especialistas, citados pelas agências internacionais.

Empresas, responsáveis e príncipes sauditas têm publicado mensagens nas respetivas contas nas redes sociais a apoiar a forma como Riade está a lidar com o caso Kashoggi.

Os 'media' locais também têm denunciado uma "campanha mediática" contra a Arábia Saudita.

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