Bulgária investiga com Reino Unido terceiro suspeito do caso Skripal
A procuradoria búlgara confirmou hoje estar a investigar com as autoridades britânicas um presumível agente da secreta militar russa (GRU) ligado ao caso Skripal e suspeito de envenenar um homem de negócios e o filho na Bulgária em 2015.
© Reuters
Mundo Justiça
Conhecido pelo pseudónimo de Serguei Fedotov, este russo é objeto desde 11 de outubro de 2018 de um inquérito coordenado "entre parceiros búlgaros e britânicos", precisou o procurador-geral búlgaro, Sotir Tsatsarov.
O site de investigação Bellingcat revelou na quinta-feira que aquele homem se encontrava no Reino Unido na altura do envenenamento do ex-agente duplo Serguei Skripal e da sua filha Iulia em Salisbury em março de 2018 e que foi considerado como um "terceiro suspeito" no caso.
As autoridades búlgaras questionam o seu possível papel no envenenamento do industrial de armamento Emilian Gebrev em Sofia na primavera de 2015.
"Uma das três visitas de 'Fedorov' (de 24 a 28 de abril de 2015) coincide com o primeiro incidente envolvendo Gebrev", indicou Tsatsarov. O suspeito também se deslocou à Bulgária em fevereiro e em maio do mesmo ano, adiantou.
A embaixadora britânica, Emma Hopkins, confirmou que os dois países tinham constituído uma "equipa conjunta" para investigar em "estreita colaboração", após um encontro hoje com o primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borissov, e o procurador-geral.
Empresário da indústria de armamento, Gebrev foi hospitalizado a 28 de abril de 2015 após ter desmaiado numa receção em Sofia. O seu filho adulto e um alto quadro da sua empresa também foram afetados.
O inquérito revelou a presença de um veneno no café e em alimentos absorvidos pelos três homens, precisou Tsatsarov, segundo o qual se tratará "com toda a probabilidade" de Clorpirifós, um inseticida.
Os media búlgaros consideram que Gebrev poderá ter sido alvo dos russos porque a sua empresa, Dunarit, exporta armas para a Ucrânia.
Como Skripal e a sua filha, Gebrev e os outros dois homens sobreviveram ao envenenamento após uma longa hospitalização.
Dois agentes do GRU foram identificados no caso de Salisbury.
O ataque no Reino Unido, com Novitchok, um agente neurotóxico de conceção soviética, é considerado como a primeira utilização russa de armas químicas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
O caso provocou uma crise diplomática entre o Reino Unido e a Rússia, que nega qualquer envolvimento.
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