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Principais momentos do conflito pós-Khadafi na Líbia

A Líbia, onde forças leais ao marechal Khalifa Haftar, uma autoridade paralela ao Governo de Tripoli instalada no leste do país, lançaram uma ofensiva para tomar a capital, entrou no caos depois da queda de Muammar Kadhafi em 2011.

Principais momentos do conflito pós-Khadafi na Líbia
Notícias ao Minuto

19:13 - 08/04/19 por Lusa

Mundo Cronologia

Segue-se a cronologia dos principais momentos da vida política e conflito no país desde a morte de Khadafi.

- fevereiro de 2011: Na sequência da Primavera Árabe, rebenta uma contestação violenta contra o líder líbio Muammar Kadhafi, acusado durante décadas de apoiar grupos terroristas e usar os rendimentos do petróleo para uso pessoal. O protesto, que começou em Benghazi (leste), é violentamente reprimido pelo regime mas acaba por estender-se a todo o país.

- março de 2011: Uma coligação liderada por Washington, Paris e Londres lança uma ofensiva militar contra o regime de Kadhafi, após autorização das Nações Unidas.

- 20 de outubro de 2011: Kadhafi, que está em fuga desde agosto, é capturado pelos rebeldes no seu quartel-general, em Trípoli, e morto. Três dias depois o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião, proclama a "libertação total" do país.

- agosto de 2012: O CNT entrega o poder ao Congresso Geral Nacional (CGN ou Parlamento), eleito um mês antes.

- 11 de setembro de 2012: Quatro norte-americanos, entre os quais o embaixador Christopher Stevens, são mortos num ataque ao consulado, em Benghazi. A suspeita recai sobre um grupo de 'jihadistas' ligado à Al-Qaida.

- 23 de abril de 2013: Um atentado de um carro-bomba à embaixada da França em Trípoli provoca dois feridos. A maior parte das embaixadas estrangeiras na Líbia fecha.

- 16 de maio de 2014: Khalifa Haftar, líder de uma força militar que designa de Exército Nacional Líbio, com o apoio do Egito e dos Emirados Árabes Unidos, lança uma operação contra os grupos 'jihadistas' em Benghazi. Vários oficiais da região oriental reúnem forças paramilitares.

- 25 de junho 2014: Depois de novas eleições, o Congresso Geral Nacional é substituído por um parlamento dominado por anti-islamitas.

- final de agosto de 2014: Depois de várias semanas de combate, uma coligação de milícias, a Fajr Libya, conquista Tripoli e reinstala o antigo parlamento e um novo Governo. O Governo de Abdallah al-Theni, que estava no poder até então, e o parlamento eleito em junho exilam-se na região oriental e o país passa a ter dois governos e dois parlamentos.

- dezembro de 2015: Depois de um mês de negociações, representantes da sociedade civil e dos deputados assinam em Skhirat (Marrocos) um acordo patrocinado pela ONU. É proclamado um Governo de União Nacional.

- março de 2016: O Governo de União Nacional, cujo primeiro-ministro é Fayez al-Sarraj e tem o apoio da ONU, instala-se em Trípoli. Mas na parte oriental, um governo paralelo, liderado pelo marechal Haftar, e o parlamento continuam a opor-se ao regime da capital.

- dezembro de 2016: Fayez al-Sarraj anuncia a libertação de Sirte, uma importante cidade do Golfo de Sidra, antigo feudo do grupo 'jihadista' Estado Islâmico, afirmando, no entanto, que a guerra contra o terrorismo "ainda não acabou".

- 05 de julho de 2017: Khalifa Haftar anuncia a "libertação total" de Benghazi, assegurando o fim da presença de 'jihadistas'.

- 25 de julho de 2017: Fayez al-Sarraj e o marechal Khalifa Haftar reúnem-se em Paris para negociarem regras que permitam ao país sair do caos.

- maio de 2018: Os dois líderes assinam um acordo de colaboração para organizar eleições no final do ano.

- junho de 2018: o Exército Nacional da Líbia toma o controlo total de uma região conhecida como "o Crescente do Petróleo" e fixa-se em Derna, bastião dos radicais islâmicos e única cidade fora do seu controlo.

- novembro de 2018: O marechal Khalifa Haftar boicota uma conferência internacional, organizada em Itália, e afasta a possibilidade de serem realizadas eleições.

- janeiro de 2019: Haftar lança-se na conquista do sul desértico e de campos petrolíferos como al-Charara.

- 11 de fevereiro 2019: A União Africana pede uma conferência internacional e reclama eleições.

- 28 de fevereiro 2019: A ONU acorda com Fayez al-Sarraj e o marechal Khalifa Haftar a organização de eleições.

- 20 de março de 2019: a ONU anuncia uma "conferência nacional" para meados de abril em Ghadamès (no centro do país) com o objetivo de tirar a Líbia da crise atual.

- 4 de abril de 2019: Haftar, com as suas forças que designa de Exército Nacional Líbio, lança uma ofensiva sobre Tripoli, mas as suas tropas são travadas a cerca de 30 quilómetros a oeste da capital.

A comunidade internacional multiplica os apelos à calma e o secretário-geral da ONU, António Guterres, que se encontrou pessoalmente com al-Sarraj e Haftar, exprime publicamente uma "profunda preocupação".

- 5 de abril de 2019: o Governo de União Nacional faz um raide aéreo contra uma posição do Exército Nacional da Líbia na região de Al-Aziziya (sul de Tripoli).

- 7 de abril de 2019: Violentos combates a cerca de 30 quilómetros a sul de Tripoli. O Exército Nacional da Líbia lança um primeiro raide aéreo nos subúrbios da capital, o que leva o Governo de União Nacional a anunciar um contra-ataque generalizado a todas as cidades do país.

O governo de União Nacional refere que o balanço de mortos desde a ofensiva de Haftar é de 21. Por seu lado o Exército Nacional fala em 14 mortos entre os seus combatentes.

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