Centenas de marroquinos exigem libertação de líderes do movimento Hirak
Centenas de pessoas manifestaram-se hoje na capital marroquina, Rabat, exigindo a libertação dos ativistas do Hirak, um movimento anti-pobreza ativo na região do Rife entre 2016-2017, que viram confirmadas as penas até 20 anos de prisão.
© Reuters
Mundo Rabat
"O povo quer a libertação dos detidos" gritavam os manifestantes, que desfilaram num dia cinzento, empunhando uma faixa em apoio aos prisioneiros do movimento de protesto popular que reivindicava medidas sociais e económicas.
Batizada de "marcha do povo marroquino: stop à injustiça política", esta manifestação foi organizada a pedido das famílias dos presos e de várias organizações políticas e de defesa dos direitos humanos.
"Pedimos o fim das prisões políticas e a libertação de todos os detidos dos movimentos sociais e respostas às suas legítimas reivindicações", disse o ativista Boubaker al-Jawhari, à agência noticiosa AFP.
O Tribunal de Recurso de Casablanca confirmou, no início de abril, as sentenças de 42 membros do Hirak, acusados de objetivos separatistas pelas autoridades.
Nasser Zefzafi, 39, e três outros ativistas que encabeçavam o protesto foram condenados a 20 anos de prisão, as penas mais pesadas, acusados de "conspiração contra a segurança do Estado".
Os outros foram condenados a penas entre 1 e 15 anos de prisão.
Preso enquanto cobria uma marcha de protesto em al-Hoceima, o jornalista Hamid el-Mahdaoui foi condenado a três anos de prisão por não ter avisado a polícia sobre as ligações de um homem não identificado com quem falou sobre armas para o Hirak.
Os ativistas foram transferidos, a 11 de abril, de Casablanca para prisões no norte do Marrocos para ficarem mais próximos das suas famílias, segundo a administração da prisão.
O Hirak teve início com a morte de um vendedor de peixe, em outubro de 2016, que morreu esmagado num camião do lixo, quando tentava recuperar a mercadoria que lhe tinha sido apreendida.
Todos os presos foram presos no Rife, sendo oriundos, na sua maioria, de Al Hoceima (norte), o epicentro do protesto.
Várias associações e organizações não-governamentais criticaram a severidade das sentenças. As autoridades marroquinas sempre asseguraram que o processo judicial está de acordo com as regras internacionais.
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