Marcelo recebido em aplausos no centro histórico de Macau
O Presidente da República destacou hoje a arquitetura e a gastronomia de Macau, "um cruzamento civilizacional intenso e irrepetível", num passeio pelo centro histórico do território onde foi recebido sob fortes aplausos.
© Global Imagens
País China
As menos de 24 horas de Marcelo Rebelo de Sousa em Macau tiveram início esta manhã no Largo do Senado, coração do centro histórico e urbano da "cidade da calçada" e o ponto de partida para um "roteiro gastronómico e patrimonial".
Entre a Santa Casa da Misericórdia e as Ruínas de São Paulo, dois locais emblemáticos daquele centro que já foi declarado património mundial da UNESCO, Marcelo foi abraçado por residentes, bebeu chá com comerciantes, provou pastéis de nata e foi, um pouco por todo o passeio, aplaudido e fotogrado por uma multidão curiosa.
Na Santa Casa, instituição de matriz portuguesa que este ano assinala os 450 anos, o chefe de Estado português destacou a "permanência e a renovação do espírito fundador" da instituição.
"Aqui [a Macau] chegou esse espírito juntamente com todo o espírito que transportámos pelo mundo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, numa referência à expansão ultramarina de Portugal, na intervenção proferida na instituição.
Depois de ser recebido pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macau, António José de Freitas, o Presidente da República sublinhou ainda "a história singular" da instiuição "no mundo e na Ásia, onde nasceu tanta civilização e de onde se projeta para o futuro tanta civilização".
O desafio que se coloca à instituição é o de "fidelidade às raízes", de manter o espírito empreendedor das misericórdias, e o de "saber viver no quadro da excelência das relações entre Portugal e a China".
Por seu lado, o provedor da Santa Casa realçou que a história da instituição "é indissociável da presença da comunidade portuguesa nesta região do sul da China" e manifestou vontade de "continuar a dignificar o bom nome de Portugal e da comunidade portuguesa que aqui permanece".
Entre os vários locais emblemáticos do centro histórico de Macau, e sempre acompanhado pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, o Presidente português provou iguarias macaenses e de influência portuguesa, incluindo o famoso pastel de nata, que admitiu ser "menos doce" aqui, e destacou várias vezes a calçada portuguesa, que confessou "fazer toda a diferença" na paisagem.
Na última paragem do roteiro, as Ruínas de São Paulo, Marcelo sublinhou a singularidade de Macau, muito devido à influência portugesa na região.
"Macau é diferente. Vale o que vale por ser diferente. A diferença significa um cruzamento de línguas, de tradições, de gastronomia, é essa a riqueza de Macau (...) que tem de continuar, na presença da língua portuguesa", afirmou.
Macau é o último ponto da visita do chefe de Estado à República Popular da China, que termina hoje.
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